Dia de Campo em Catuti

Publicado em: 30 de junho de 2009

Por 14 anos, ele precisou sair da pequena Catuti, no norte de Minas Gerais, para trabalhar em empregos temporários em São Paulo para sustentar a família. José Alves de Souza, 42 anos, casado e pai de três filhas, conseguiu no último ano uma conquista que parecia impossível. Zé Brasil, como é conhecido pelos pequenos agricultores de Catuti, tirou da terra onde mora o sustento da família e parou com a via-crúcis de ter que ir para a capital paulista em busca de emprego.

A reviravolta na vida de Zé Brasil deu-se graças ao Projeto de Retomada do Algodão no Norte de Minas Gerais que tem a meta de inserir o agricultor familiar daquela região na economia de mercado. “Nesta safra, consegui colher 90 arrobas e com o dinheiro construí um depósito para o algodão”, conta ele, sem esconder o orgulho com a empreitada, destacando que antes do Projeto, que utiliza sementes geneticamente modificadas, ele somente conseguia colher, em média, 30 arrobas. “Só não foi melhor devido ao tempo.

Tivemos pouca chuva”, explica. Nos cinco hectares onde o agricultor planta algodão, apenas ele e a mulher fazem este trabalho. Contudo, quando chega a época da colheita, ele passa a contratar entre 10 e 15 pessoas.

No último dia 26 de junho, ao realizar o Dia de Campo em Catuti, a cidade teve motivos duplos para festejar. Primeiro pelo sucesso do projeto e depois porque a iniciativa recebeu R$ 650 mil em maquinários.O programa atendeu, nesta safra (2008/2009), 63 famílias em uma área de 350 hectares. “E pensar que no primeiro ano apenas cinco famílias participaram do projeto”, relembra o coordenador técnico do Projeto Retomada do Algodão no Norte de Minas Gerais, José Tibúrcio de Carvalho Filho.

Rodrigo Camargo Costa, 31 anos, é novato quando o assunto é algodão. Mas, já parece um veterano. “Este ano é a primeira vez que planto algodão e estou realizado com o projeto”, garante ele, que nesta safra, colherá 300 arrobas.

“Desde os 11 anos de idade que tiro meu sustento da terra”, rememora.

O projeto é desenvolvido há três anos pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em parceria com a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) e a Cooperativa de produtores de algodão de Mato Verde. “Queremos permanecer aqui. Este é o nosso sonho”, endossa um emocionado Zé Brasil. O programa prova que a simplicidade e a criatividade ainda são os melhores caminhos para salvar uma comunidade.

Marcio Vieira
Assessor de Imprensa
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