Abrapa alerta para a urgência de implantação medidas contra a crise na indústria têxtil

Publicado em: 18 de novembro de 2016

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O ano de 2016 chega ao fim com um resultado ruim para a cadeia produtiva do algodão: o encerramento das atividades de indústrias têxteis com décadas de operação e que não suportaram a crise do país. Em 2015, um total de 4.451 indústrias de transformação foram fechadas, só no estado de São Paulo, e os números projetados para 2016 não alteraram essa tendência.

Neste mês, foi a vez da Toyobo Brasil fechar suas portas. O encerramento das atividades dessa unidade têxtil, localizada em Americana (SP), foi anunciado junto com a demissão de 300 funcionários. Outros exemplos são a Omi do Brasil Têxtil, que ficava em Lençóis Paulista (SP), a Santista, em Paulista (PE), a Amora Têxtil, em Leopoldina (MG), e a Polyenka, em Americana (SP). A lista de fábricas fechadas aumenta com a decisão da Coteminas de encerrar as atividades, no Rio Grande do Norte, e da Teka de fechar as portas em Itapira (SP).

A cotonicultura está preocupada com este quadro, enquanto o governo se esforça para reverter um dos piores cenários já vistos na indústria nacional. As consequências da desindustrialização para a economia não indicam mudança no início do ano que vem. O Governo Federal, através do ministro da Fazenda, Henrique Meireles, aponta uma retomada do crescimento para o final do segundo semestre de 2017. Segundo ele, a expectativa é de melhora gradual com reflexos positivos para a indústria a partir da metade do ano. Porém, os sinais do mercado com fábricas fechadas vão na direção contrária e requerem respostas imediatas.

A Abrapa, na tentativa de superar o momento, mantém com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) ações para a revisão das leis atuais, que afetam o setor, e o diálogo com o governo. A cotonicultura lançou o programa “Sou de Algodão” para estimular o consumo da fibra no mercado interno e o Standard Brasil HVI para rastrear e dar transparência aos resultados de análise das caracterísitcas intrínsecas e extrínsecas dos fardos. Segundo Jacobsen, presidente da entidade, apesar do momento difícil, os produtores de algodão estão empenhados em buscar alternativas e estratégias para sair da crise. Mas também esperam que o governo tome medidas urgentes que beneficiem toda a cadeia de produção e que combatam a concorrência feita pelos países asiáticos, quando o assunto é a importação de fios, tecidos e produtos acabados. “Se medidas importantes não forem tomadas pelo Governo Federal, corremos o risco de grande parte da indústria têxtil do Brasil encerrar suas atividades e o país se tornar um grande importador, prejudicando ainda mais sua frágil balança comercial”, alerta o presidente da Abrapa, João Carlos Jacobsen Rodrigues.

Fonte: Abrapa

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