Abrapa e produtores dos EUA chegam a acordo em contencioso do algodão

Publicado em: 11 de junho de 2013

SÃO PAULO – A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) informou que chegou a um acordo com a National Cotton Council (NCC), que representa os produtores de algodão dos Estados Unidos, para encerrar o contencioso na Organização Mundial do Comércio (OMC). 

O acordo, que se aprovado pelos governos dos dois países, significará um pagamento financeiro e, está condicionado à redução significativa da subvenção dada pelos Estados Unidos aos seus produtores de algodão na nova lei agrícola (Farm Bill), em trâmite no Congresso americano. 

Segundo a Abrapa, os governos de ambos países já foram comunicados das recomendações desse acordo, que sugerem uma compensação financeira por parte do governo dos EUA dentre outras medidas. 

A expectativa das duas instituições, segundo a Abrapa, é de que os governos atendam às recomendações e que incorporem as necessárias mudanças na nova legislação agrícola a ser aprovada pelo governo americano. 

“As entidades reconhecem que a questão do contencioso envolve vários outros aspectos que estão sendo avaliados pelo governo brasileiro e o esforço de ambas deve ser entendido como uma contribuição na busca de uma alternativa possível”, informou a Abrapa. 

A disputa na OMC, que resultou na condenação dos Estados Unidos a pagarem US$ 830 milhões ao Brasil, já significou o depósito de US$ 420 milhões desde 2010 ao Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) — valor anual de US$ 147,3 milhões. 

Os recursos depositados até agora pelos Estados Unidos vêm sendo investidos em construção de centros de treinamento e capacitação de profissionais, com pagamento de cursos a funcionários de produtores e de empresas produtoras de algodão. A Abrapa informou que todos os projetos financiados com esse recurso são aprovados por um conselho gestor do IBA, formado por três produtores de algodão e 3 membros do governo (Ministérios da Agricultura, Indústria e Comércio e Itamaraty). Ainda, que a execução desses projetos são auditados pela PricewaterhouseCoopers. 

Por Fabiana Batista | Valor 

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