Algodão: Brasil busca acordo com EUA, mas não afasta acionar OMC

Publicado em: 27 de março de 2014

O ministro da Agricultura, Neri Geller, afirmou ao Broadcast que terá uma reunião nesta quarta-feira com a subsecretária de Serviços Agrícolas Exteriores dos Estados Unidos, Darci Vetter, para buscar uma saída para a disputa envolvendo o algodão.

A reunião, que não consta na agenda oficial do ministro, será para discutir a suspensão do pagamento da indenização ao Brasil imposta aos EUA pela Organização Mundial do Comércio (OMC) por subsídios aos cotonicultores americanos. ‘Vamos tentar fazer o governo norte-americano entender que tem um acordo firmado que foi quebrado. Houve uma quebra de contrato’, afirmou.

A OMC determinou, em 2010, que os EUA repassassem anualmente US$ 147 milhões aos produtores brasileiros para compensar o incentivo ao algodão americano, cujo impacto sobre a exportação da commodity prejudicou o Brasil. O pagamento foi suspenso em 2013, com o argumento de corte de orçamento e sob a justificativa de necessidade de aprovação de uma nova lei agrícola, que só ocorreu no mês passado.

Geller evitou polemizar o pedido feito hoje pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), para que o Brasil entre com uma nova representação na OMC em defesa do pagamento da compensação imposta pelo órgão multilateral do comércio global.

O ministro, contudo, sinalizou que, se não houver solução diplomática, o Brasil pode encampar o pedido da CNA e acionar a OMC. ‘Se não for conseguido um acordo, vamos apoiar a iniciativa privada a fazer a abertura (de representação) e o governo brasileiro vai conduzir isso’, disse.

A CNA divulgou, há pouco, o estudo ‘Política Agrícola dos Estados Unidos e da União Europeia: Impacto no Agronegócio Brasileiro’, prevendo uma redução acumulada de US$ 340 milhões para os produtores brasileiros de algodão por causa de novos subsídios anunciados em janeiro pelos EUA. A política agrícola americana para 2014-2018, segundo o estudo da CNA, prevê o repasse entre US$ 900 milhões e US$ 1 bilhão para o algodão até 2018.

Fonte: G1

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