Algodão deve ampliar área plantada no Estado de SP

Publicado em: 1 de julho de 2011

A produção de algodão no Brasil ocorre no período que é de entressafra nos Estados Unidos. O presidente da Associação Paulista dos Produtores de Algodão (Appa), Ronaldo Spirlandelli, afirmou que levantamento preliminar feito pela entidade prevê aumento de 14% na área que deve ser dedicada à cultura do algodão no Estado de São Paulo. “Deve haver um aumento de 2,5 mil hectares no plantio de algodão.” Segundo explicou, apesar dos preços do algodão ao produtor terem caído da faixa de R$ 4,00 por libra peso (R$ 132,27 pago pela arroba de algodão em pluma no primeiro trimestre de 2010), a atividade deve prosseguir remunerando os cotonicultores.

Segundo o indicador do Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada (Cepea), pela primeira vez desde meados de agosto do ano passado, a cotação do algodão em pluma caiu abaixo da faixa de R$ 2,00 por libra-peso. Na terça-feira o pagamento da matéria-prima com prazo de pagamento de oito dias, fechou a R$ 1,9976/libra-peso, ou seja, R$ 66,0586344 por arroba de pluma – queda de preço de 2,35% frente ao preço anterior.

De acordo com o pesquisador do Cepea, Lucílio Alves, nos últimos dias, as cotações do algodão em pluma no Brasil caminharam em sentido contrário ao observado no mercado internacional. Spirlandelli afirmou que a cotação do algodão no Brasil está descolada dos preços praticados no mercado internacional. “Aqui, nós processamos somente 30% da safra. Ainda resta 70% da safra para ser colhida. Nos Estados Unidos, por exemplo, a safra acontece em outubro e novembro.”

Em todo o Brasil, o avanço da safra é esperado pelo lado comprador com certa ansiedade. O Cepea informou que os contratos feitos anteriormente serão recebidos pelas indústrias a preços inferiores dos vigentes no mercado spot.

Alguns compradores, ainda, acreditam que produtores precisarão “fazer caixa”, para custear os gastos da nova safra, que terá forte aumento estimado em 66% na área cultivada. Pressões Alves explicou que a safra brasileira e a retração compradora pressiona os valores domésticos.

No mercado internacional, relatórios divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, da sigla em inglês) indicaram que uma das piores secas no Texas está prejudicando parte da produção norte-americana e elevaram os valores dos contratos de curto prazo na Bolsa de Nova York (ICE Futures). “Ora dizem que as condições da plantação em andamento são ruins ou muito ruins, ora dizem que podem melhorar”, afirmou Spirlandelli.

Segundo o USDA, 27% das lavouras norte-americanas estavam em condições boas ou excelentes até o último domingo contra 62% no mesmo período de 2010. As condições médias eram 32%, os mesmos 32% de 2010. Já as condições ruins ou muito ruins chegaram a 41%, contra apenas 6% em 2010. Além disso, os preços externos também subiram devido à necessidade de travar preços por parte das indústrias que tinham adquirido opções de compra na bolsa. O prazo de fixação de preços encerrou-se na última quinta-feira.

Indicador – No acumulado deste mês, o indicador Cepea/Eslq registra expressiva queda de 13,8%. Já na Bolsa de Nova York, o vencimento em julho de 2011 teve alta de 1,41% em junho, fechando a US$ 1,6091/libra-peso na terça-feira passada. O pesquisador informou que no mercado internacional em relação a julho do ano passado as cotações recuaram de US$ 1,62 por libra peso para US$ 1,04. Apesar do preço ter caído ainda permanece acima da média de década passada que era de US$ 0,60 por libra-peso. Spirlandelli afirmou que a queda no preço da arroba em pluma do algodão e a permanência na faixa de R$ 70 é interessante para toda a cadeia do algodão.

Fonte: Abrapa

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