Com recuperação de preços, área plantada de algodão cresce 66%

Publicado em: 10 de junho de 2011

Após perder espaço para a soja, safra do produto deve atingir recorde de 2,05 milhões de toneladas.

O crescimento da safra de grãos neste ano deverá ter pouco impacto nos preços dos produtos comercializados no país, mas vai impulsionar as exportações do setor. Segundo José Carlos Hausknecht, diretor da MBAgro, o efeito da colheita maior sobre a inflação não é muito significativo porque os preços dos produtos são regidos pelo mercado internacional, principalmente de itens como soja e algodão. Ele diz, porém, que o aumento da produção favorece as exportações brasileiras, o que será revertido em maior renda para os produtores e, quem sabe, em mais investimentos na área.

Tanto estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) como do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projetam safra recorde para 2011. A boa influência do clima e a ampliação das áreas de cultivo de algodão, feijão, soja e arroz fizeram com que a previsão da Conab fosse revista mais uma vez para cima, com expectativa de colheita de 161,5 milhões de toneladas de grãos, 8,2% superior à de 2009/2010. O IBGE prevê que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas atingirá o recorde de 161,2 milhões de toneladas em 2011, evolução de 7,8% sobre o ano anterior.

De acordo com dados da Conab, a área cultivada, entre o ciclo passado e o atual, aumentou 3,8%, atingindo 49,2 milhões de hectares. Somente a área de algodão passou de 836 mil hectares para 1,39 milhão de hectares, um aumento de 66,4%, em razão, principalmente, da recuperação dos preços internacionais.

Depois de perder espaço para a soja, que estava gerando mais ganhos aos produtores, houve falta de algodão no mercado, o que fez com que os preços subissem novamente. A Conab previu a produção da pluma em um recorde de 2,05 milhões de toneladas, um salto em relação ao volume de 1,2 milhão de toneladas da safra passada.

No caso da soja, a estimativa é de crescimento de 2,9% na área plantada – para 24,1 milhões de hectares, com aumento de 9,2% no volume de produção, que chegou ao recorde de 75 milhões de toneladas, com sua colheita já concluída.
A previsão para o feijão é de aumento de 14,3% na produção, que pode chegar a 3,8 milhões de toneladas. O arroz, um dos poucos produtos alimentícios com preços em baixa, deve registrar expansão de quase 18%, atingindo 13,8 milhões de toneladas e superando em 1 milhão de toneladas a demanda interna anual do país.

Exportações e consumo.
       Com a abundante produção de soja, a Conab elevou a sua previsão de exportação do grão brasileiro para um recorde de 34,8 milhões de toneladas em 2010/11, ante 34,3 milhões de toneladas na estimativa de maio. Na temporada passada, o Brasil, segundo produtor e exportador global atrás dos EUA, exportou 29 milhões de toneladas de soja. O consumo de soja no Brasil também crescerá para 40,1 milhões de toneladas, segundo a companhia, contra uma estimativa anterior de 39,6 milhões de toneladas.

Na temporada passada, o Brasil consumiu 37,8 milhões de toneladas.

Fonte: Abrapa

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