O governo brasileiro está endurecendo na negociação com os Estados Unidos para resolver o impasse envolvendo o contencioso do algodão. Desde setembro do ano passado, a Casa Branca suspendeu a indenização que a Organização Mundial do Comércio (OMC) determinou para compensar os produtores brasileiros prejudicados pelos subsídios agrícolas norte-americanos à produção local. Na época, 2001, a OMC determinou o pagamento anual de US$ 147 milhões ao Brasil até a elaboração de uma nova Farm Bill, a lei agrícola norte-americana. A punição deixou de ser paga e, de acordo com o Itamaraty, os EUA ainda devem US$ 60 milhões. ‘Houve quebra de contrato e os norte-americanos não estão pagando desde o ano passado. Há uma comitiva nos Estados Unidos agora, liderada pelo Itamaraty, com técnicos do ministério (para negociar um acordo)’, afirmou em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

O ministro não arriscou uma cifra de quanto os EUA podem ter de ressarcir o Brasil e evitou confirmar o valor estipulado por alguns agentes de mercado que falam em até US$ 400 milhões. Geller, contudo, se mostrou firme em ameaçar a Casa Branca com a abertura de um novo painel de consulta na OMC para fazer cumprir a decisão.

A abertura do painel foi o tema de uma reunião de Geller com a subsecretária de Serviços Agrícolas Exteriores dos EUA, Darci Vetter. Agora, o Brasil realiza amanhã uma reunião em Washington para encontrar uma solução pacífica para a dívida. ‘Não é justo (o não pagamento da dívida) e o Ministério da Agricultura vai ficar alinhado com a produção nacional, dentro de uma legislação e dentro do que é justo. Alinhamos numa reunião na Casa Civil, com o ministro Aloizio Mercadante, uma posição muito firme. Ou se faz um acordo com o setor ou vamos abrir o painel’, afirmou.

Fonte: Portal AZ