Importância de área de refúgio nas lavouras é discutida no 11º CBA

Publicado em: 31 de agosto de 2017

O refúgio é uma área de plantio utilizada nas lavouras transgênicas, recomendada para agricultores que utilizam sementes com a tecnologia Bt – que possuem genes da bactéria Bacillus thuringiensis. Nas plantações de algodão, está convencionado que 20% do cultivo devem ser de refúgio não Bt. O objetivo deste sistema é evitar o surgimento e a evolução de pragas resistentes aos inseticidas.

Conscientizar os produtores sobre a importância de utilizar o refúgio nas plantações para proteger as novas variedades de pragas e avaliar qual modelo ideal para as condições brasileiras foram os pontos discutidos nesta quinta-feira (31/08), penúltimo dia do 11º Congresso Brasileiro do Algodão (11º CBA). O evento, promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), se fez necessário para discutir o tema que ainda não é tão comum no setor e munir a cadeia produtiva de informações e alternativas que comprovam os bons resultados do refúgio para o algodoeiro e demais culturas.

Dados apresentados pelo diretor da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Celito Breda, no painel “Importância e custos dos refúgios para a sustentabilidade da cotonicultura nos cerrados”, destacaram que o percentual mínimo de refúgio recomendado pelo Ministério da Agricultura é de 20%, mas na Bahia, o valor aproximado é de apenas 11% nas plantações de algodão.

De acordo com Breda, ainda há resistência por parte de alguns produtores na aceitação da prática com a justificativa do alto custo, das dificuldades de operacionalizar, a baixa produtividade nas cultivares não Bt’s, dentre outros pontos. “Nosso imediatismo por resultados pode matar as tecnologias”.

Fortalecendo as informações de Celito Breda, o especialista em Ciências Biológicas, Alexandre Specht relatou que com o refúgio, as pragas resistentes vão se desenvolver apenas neste ambiente e diluir sua população, preservando outras culturas. A sala temática teve também a participação do engenheiro agrônomo Fábio dos Santos conduzindo o tema “Eficiência e custos dos modelos de refúgios no Brasil”.

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