Inovação e Sustentabilidade para a Competitividade nortearam as discussões do I FISC Oeste

Publicado em: 25 de novembro de 2019

Realizado na Câmara de Vereadores de Barreiras, o evento contou com palestras técnicas e relatos de casos de sucesso a partir de práticas sustentáveis e inovadoras no agronegócio

O Oeste da Bahia sediou na última sexta-feira (22), a versão itinerante do I Fórum de Inovação e Sustentabilidade para a Competitividade (FISC), realizado anteriormente na capital, Salvador e em outras cidades baianas. Em Barreiras, cidade sede o FISC no Oeste, especialistas de diversas áreas do conhecimento participaram das rodadas de conhecimento do Fórum que tem como principal objetivo o fomento de novas práticas e tecnologias que contribuam para a sustentabilidade no agronegócio. A iniciativa é do Ibama, Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), WWI-Worldwatch Institute, com o apoio do Jornal Correio da Bahia.

“Uma das maiores evoluções que aconteceram no aspecto socioeconômico, na Bahia, ocorreu nessa região. A ideia de fazer esse Fórum é para lembrar que esse desenvolvimento tem que ser amplo e também do ponto de vista ambiental”, disse o superintendente do Ibama na Bahia, Rodrigo Alves. “São três hélices, que devem girar juntas: desenvolvimento social, econômico e ambiental. E a gente só vai conseguir atingir esse objetivo com inovação”, enfatizou. Alves, que fez a conferência de abertura ‘Desafios e oportunidades’, destacou ainda o Fórum contribui para ampliar as discussões, sobre desenvolvimento sustentável, por agregar órgãos ambientais, produtores e ambientalistas em um único espaço.

Um dos mais renomados profissionais da área da pesquisa, Evaristo Eduardo de Miranda, chefe da Embrapa Territorial, ministrou a palestra ‘O Papel da agricultura para sustentabilidade e preservação ambiental. “Sustentabilidade, hoje, virou sinônimo de competitividade e inovação. São praticamente inseparáveis. Se o empreendimento for sustentável e não for competitivo, vai à falência. Também não é possível ser competitivo sem inovação. A agricultura é o setor que mais incorpora inovação”, refletiu. O pesquisador e escritor, que atua nas áreas de Ecologia, Agricultura, Meio Ambiente e Gestão Territorial defendeu que o produtor rural moderno do Oeste baiano é quem mais preserva o meio ambiente, com a manutenção de vegetação nativa, em cerca de 52%, nas propriedades.

O projeto do estudo sobre o Aquífero Urucuia e o potencial de irrigação no Oeste da Bahia foram os temas abordados pelo professor Everardo Mantovani, da Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG). “Eu ando em muitos lugares, mas é difícil encontrar uma região como essa, para o desenvolvimento da agricultura irrigada. Temos uma conjuntura de fatores fundamental para a competitividade nesse setor”, disse. Mantovani é coordenador do estudo, em andamento, realizado em conjunto pela UFV-MG, Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Universidade do Nebraska (EUA) e Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), com a parceria da Abapa, que está fazendo um amplo levantamento da potencialidade hídrica do Urucuia, apoiado ainda pelos órgãos ambientais da Bahia, pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS) e pelo Instituto Water for Food, da Universidade do Nebraska, nos EUA.

“Este Fórum reuniu, em um só lugar, pessoas interessadas em inovação e sustentabilidade. Os agricultores já fizeram muito e ainda fazem, com o uso de tecnologia, transformaram o Oeste em uma potência na produção de grãos e fibra. Em 1987 produzíamos 410 mil toneladas de grãos, hoje, são 9,8 milhões de toneladas de grãos e fibra. Nosso foco continua sendo produzir mais, mas, em menores áreas, isso é sustentabilidade e também, nosso grande desafio”, avaliou o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato.

Além de duas mesas temáticas, o evento teve outras apresentações: ‘Inovação tecnológica na agricultura’ com o gerente de otimização da John Deere, Leandro Carrion; ‘Direito Ambiental’ com o assessor técnico sênior de Meio Ambiente da CNA, Rodrigo Justus; “Oeste da Bahia na era da Eco-nomia’, ministrada pelo diretor do WWI- Brasil, Eduardo Athayde e ‘Algodão Brasileiro Responsável’ (ABR) com Fernando Rati, gestor técnico da Abrapa.

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