Minas Gerais quer expandir área plantada de algodão com produtores tecnificados

Publicado em: 2 de junho de 2011

A Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) está fomentando a produção para expandir a área plantada com produtores tecnificados. A produção vai dobrar este ano. Minas Gerais tem um dos maiores parques de indústria têxtil do país e não é auto suficiente na produção. A colheita começou esta semana e vai até setembro.

De um ano para o outro os números da safra de algodão em Minas Gerais mudam muito. Em 2010 eram 14 mil hectares, este ano são 32 mil. A produção deve saltar de 19 mil para 50 mil toneladas de algodão em caroço. Os preços do produto também estão oscilando. Em 2010 foi de R$ 50 para R$ 100. No inicio de 2011 a cotação da arroba do algodão em pluma chegou a R$ 140 reais, mas bastou a proximidade da colheita e o valor despencou para R$ 75.

A família do produtor Décio Lopes Junior está há 30 anos na cultura algodoeira e os mesmos 400 hectares do ano passado. Com relação à queda nos preços, ele acredita que a cotação ainda garante uma boa renda.

– Eu acho que está estabilizando o preço. Porque R$ 140 estava meio fora da realidade, eu acho. Para nós, que plantamos nossa área pequena, vendemos tudo aqui em Minas mesmo, porque o governo dá um incentivo que não compensa exportar. Com o pessoal de fora exportando mais, sobra mais pra gente – afirma o produtor.

A Amipa está atraindo novos produtores com tecnologia. No ano passado eram 25. Em 2011 são mais de 40 agricultores empresariais. A cultura algodoeira está retomando o crescimento principalmente nas regiões Noroeste, Pontal e do Triângulo Mineiro.

O presidente da Amipa, Inácio Carlos Urban, alerta para a dificuldade de manter a sustentabilidade no algodão, por isso os produtores devem conhecer melhor a cultura antes de entrar para valer no mercado. Hoje são 200 produtores, a maioria com perfil da agricultura familiar. A ideia é recuperar a área plantada chegando aos mesmos números de 2005.

– Nós procuramos sempre produtores que queiram entrar na cultura do algodão. É uma cultura sensível e exige muita técnica. Precisamos também de sustentabilidade no algodão. Queremos que Minas Gerais permaneça pelo menos na quantidade que está hoje, de 32 mil toneladas, mas a meta é chegar a 50 mil hectares -afirma.

O desafio de expandir pode ficar ainda maior por causa da previsão de queda nos preços para a próxima safra.

– Nós podemos ter uma queda de 15% em relação ao que está hoje, baseado em todos os países produtores. Brasil, Índia e China aumentaram a área de produção por causa do preço convidativo – diz Urban.

Fonte: Abrapa

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