Prejuízos com helicoverpa no algodão podem chegar a 2 bi no Brasil

Publicado em: 14 de março de 2013

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A praga da lagarta Helicoverpa Zea, que tem atacado, principalmente, as lavouras de soja e algodão em doze estados brasileiros, pode gerar prejuízos de 2 bilhões de reais no Brasil. Essa é a estimativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), entregue na quarta-feira, 6 de março, para o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho. “Isso sem contar a probabilidade de redução de área para a safra 2013/2014, que traz consigo o desemprego; e questões ambientais pela utilização massiva de outros tipos de produto na tentativa de conter a lagarta”, afirma Gilson Pinesso, presidente da Abrapa.

O documento pede ainda que o ministério auxilie na liberação de produtos eficazes no combate à praga, como o Emamectin Benzoato, comprovadamente o mais eficiente na eliminação da Helicoverpa Zea e utilizado em países como Estados Unidos, Austrália, Japão, toda a União Europeia e África. O princípio ativo não está na lista de produtos proibidos da EPA (Agência de proteção Ambiental dos EUA), nem das convenções de Roterdã e Estocolmo.

Além do algodão e da soja, a lagarta Helicoverpa ataca ainda as culturas de milho, sorgo, milheto, laranja, tomate, abóbora, feijão carioca, feijão de corda, entre outras. Não há, hoje, no Brasil, nenhum produto de combate à praga registrado para uso nestas culturas.

BAHIA – Segundo o diretor da Associação Baiana dos Produtores de Algodão, Celito Breda, só na Bahia, já foi contabilizado um prejuízo de cerca de 1 bilhão de reais entre a safra 2011/2012 e a safra atual, 12/13. “É o estado com maior incidência da lagarta, mas já temos alertas da presença da Helicoverpa em outros onze: Maranhão, Piauí, Ceará, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul”, diz Breda. Segundo ele, se o ataque se espalhar para os demais estados da mesma forma como aconteceu na Bahia, o Brasil pode acumular para a safra atual e a próxima cerca de 520 milhões de dólares só no algodão e algo em torno de 6 bilhões para a soja.

Fotos: Carlos Silva/ACS/Mapa

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