Produtores de algodão cumprem período do vazio sanitário

Publicado em: 23 de novembro de 2010

Arquivo As plantações de algodão devem ser eliminadas durante o vazio sanitário Ver galeria de fotos BELO HORIZONTE (22/11/10) – O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) vistoriou, durante o vazio sanitário do algodão, 81 propriedades em Minas Gerais, o que corresponde a uma área de 12.440 hectares.

Os 60 dias em que o cultivo da cultura esteve proibido, entre 20 de agosto e 20 de outubro, foram de intensa fiscalização, cumprindo a meta de 80 propriedades vistoriadas. Neste período, 12 produtores foram notificados e nenhum autuado.

A medida foi implantada pela primeira vez em 2010 e tem caráter preventivo, já que visa proteger os produtores contra perdas na safra.

O gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA, Nataniel Diniz Nogueira, afirma que o período do vazio sanitário do algodão foi positivo, visto que não houve autos de infração. “Isso mostra que todas as plantas encontradas durante as fiscalizações do Instituto neste período foram erradicadas pelos produtores, o que demonstra a conscientização da importância dessa medida sanitária”, conclui.

O vazio sanitário leva em conta a importância socioeconômica da cultura do algodão para Minas Gerais e os prejuízos que a praga do Bicudo do Algodoeiro ocasiona à economia, já que a manutenção de áreas permanentes e contínuas com o cultivo da espécie mantém o inseto ativo.

De acordo com o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, a medida preventiva é a melhor quando se trata de uma cultura de grande valor econômico, como é o algodão. “O vazio sanitário para a sua cultura é um aliado do produtor, já que visa à prevenção de pragas e perdas nas lavouras”, avalia o dirigente. Agora, o IMA vai realizar uma reunião com a Câmara de Defesa Agropecuária e a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) para avaliar o vazio sanitário do algodão em 2010 e definir as estratégias para o mesmo período de 2011. É papel do IMA fiscalizar o cumprimento da medida, já que é de responsabilidade do produtor, proprietário, arrendatário ou ocupante das propriedades produtoras de algodão a eliminação das plantas durante a vigência do vazio sanitário. Há exceção apenas para áreas de pesquisa científica, que devem solicitar prévia autorização do Instituto para manter plantas vivas.

O descumprimento da medida gera auto de infração e multa.
Existem em Minas Gerais 14.645 hectares de área destinada ao cultivo de algodão.
Na safra de 2009/2010 foram produzidas 23 mil toneladas da pluma. As regiões que possuem maior área plantada são Noroeste e Norte de Minas, Triângulo e Alto Paranaíba com destaque para os municípios de Presidente Olegário, Unaí, Buritis, São Gonçalo do Abaeté e Coromandel.

Bicudo do Algodoeiro
O bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis) é uma espécie de besouro de coloração cinzenta ou castanha, com mandíbulas afiadas utilizadas para perfurar o botão floral e a maçã dos algodoeiros. O inseto se alimenta da estrutura reprodutiva das plantas e o botão atacado cai, prejudicando a produtividade e a qualidade da fibra. É a principal praga do algodão e já inviabilizou seu cultivo em outras regiões do Brasil.

Originado na América Central, chegou ao Brasil em 1983, causando prejuízos nas plantações de algodão do Nordeste, de onde começou a se espalhar para outras regiões do país. A entrada da praga na lavoura pode ser constatada através do monitoramento com armadilhas. O ideal é que o controle seja feito ao sinal das primeiras infestações.

Fonte: Abrapa

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