O deficit da balança comercial da indústria têxtil e de confecção, excluindo fibra de algodão, do Estado de São Paulo de janeiro a agosto 2010 foi de US$ 433,3 milhões. O deficit aumentou 36,5% em relação ao mesmo período do ano passado, em que o montante foi US$ 317,3 milhões.

No acumulado até agosto, as exportações totalizaram US$ 307,7 milhões e as importações, US$ 741 milhões. Os dados foram divulgados ontem pelo Sinditêxtil-SP (Sindicato da Indústria Têxtil de São Paulo). Em agosto, as exportações atingiram US$ 44,92 milhões, contra US$ 32,68 milhões o mesmo mês de 2009, um crescimento de 37,5%. As importações de agosto alcançaram US$ 107 milhões, contra US$ 62,79 milhões no mesmo período de 2009, aumento de 70,4%.

Segundo o Dilézio Ciamarro, vice-presidente do Sinditec (Sindicato das Indústrias de Tecelagens de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara d?Oeste e Sumaré), o resultado da balança afeta diretamente a região, que representa 50% da cadeia têxtil do País, e 80% só de sintéticos. “Uma medida urgente para melhorar esse resultado é o governo criar alguma barreira para o excesso de importações dos nossos concorrentes asiáticos”, pondera. De acordo com o presidente de Sinditêxtil, Rafael Cervone, além da forte concorrência com os chineses, ainda existe o subfaturamento e o descaminho dos bens importados, agravados pela guerra fiscal entre Estados.

Ele também destaca que o real desvalorizado contribui para o aumento das importações. O volume de exportações de produtos sem fibra de algodão até agosto de 2010 aumentou 30,1%, passando de 35,2 mil toneladas paras 45,8 mil toneladas. Já o volume das importações sem fibra de algodão no acumulado alcançou 129,7 mil toneladas, contra de 89,1 mil toneladas no mesmo período de 2009, aumento de 45,6%.

    | ADRIANA PERES

Fonte: Abrapa