Algodão: BA e MT têm quebra de safra

Publicado em: 10 de agosto de 2016

Perdas podem chegar a 35% na Bahia, segundo maior Estado produtor do país

Marina Salles

algod

Este ano, a falta ou má distribuição de chuvas no Estado da Bahia pegou os produtores de algodão de surpresa. Os índices pluviométricos foram mais baixos do que nas safras anteriores, registrando acumulado de 800 mm, um déficit de 400 mm em relação ao último ciclo. De acordo com Celestino Zanella, presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), de forma geral, no oeste da Bahia, todos os núcleos produtores sofreram com o clima. “A colheita está em andamento e será finalizada no mês de setembro, mas já notamos que houve quebra na casa dos 35%”, diz.

A área plantada nesta safra também teve ligeira redução em relação à safra anterior, indo de 276.317 hectares para 234.996 ha. Zanella afirma que as áreas irrigadas foram as que permaneceram estáveis. Até agora, a média de produtividade, em algodão de sequeiro e irrigado, fica na casa de 170@ de algodão em caroço/ha. “Na safra passada, tínhamos alcançado a média de 261@/ha”, afirma o presidente da Abapa.

Com a baixa vazão dos rios nas últimas semanas, os agricultores irrigantes tomaram a iniciativa de desligar a maioria dos pivôs, o que não teria acarretado maiores prejuízos para o algodão, segundo Zanella. “Nesse momento, a cultura já está em final de ciclo”, diz.

Mesmo com a quebra de safra, não é esperada queda na qualidade do produto: “O algodão da Bahia é de excelente qualidade e apesar da produtividade abaixo das safras anteriores os resultados em HVI não apontam baixa”. Quanto aos preços, Zanella afirma que a expectativa é de que subam levemente no curto prazo. “Em Nova York, o algodão já bateu ¢US$ 75. Isso animará os produtores”, completou.

Mato Grosso – Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, com a sétima estimativa de safra de algodão no maior Estado produtor revisou-se a área de cultivo da fibra e reduziu-se a produtividade esperada nas lavouras.

Em relação à área, o novo levantamento traz um pequeno reajuste positivo, estimando aumento de 8,5% em relação à safra 2014/2015 e plantio em 612 mil hectares.

Os dados de produtividade novamente foram revisados para baixo, sendo estimadas 248,5@/ha de algodão em caroço para o Estado. Estas reavaliações são reflexo do andamento da colheita e beneficiamento do algodão, diante dos impactos do déficit pluviométrico que assolou Mato Grosso nesta safra.

Após estas revisões, espera-se que o Estado produza 2,28 milhões de toneladas de algodão em caroço e 926 mil toneladas de pluma, que correspondem a uma redução de 1,5% em relação à safra 2014/2015.

Os contratos de NY dez/16, com alta de 2,28%, e jul/17, com 1,90%, tiveram seus preços médios semanais cotados a ¢US$ 75,04/lp e ¢US$ 74,59/lp, respectivamente.

Fonte: Portal DBO, com Imea

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