ALGODÃO: trajetória altista

Publicado em: 23 de dezembro de 2009

Os preços do algodão em pluma no Brasil mantiveram a trajetória altista na terceira semana de dezembro, puxados pela boa demanda interna. Compradores deixaram o mercado aquecido, antecipando-se ao período de festas. De outro lado, produtores e comerciantes, em posição confortável, seguem resistentes frente às ofertas.
Após ter sido rompida a barreira psicológica dos R$ 1,30, os preços continuaram na ascendente. A linha de preços da semana passada, que oscilou entre R$ 1,32 e R$ 1,34 a libra-peso, CIF São Paulo, para pagamento curto, foi rompida. O atual intervalo está ao redor de R$ 1,35 a R$ 1,36 a libra-peso.
O ritmo de plantio segue acelerado. Em São Paulo (SP) e Minas Gerais (MG), os trabalhos já atingiram a casa dos 80%. No Paraná (PR), segundo informações da Cooperativa Central de Algodão Ltda (COCEAL), praticamente foi extinta a cultura de algodão, pois nada foi plantado.
Em São Paulo, a área continua a tendência de queda para a temporada 2009/10. Os 7.112 hectares plantados na temporada passada sofreram um recuo, devendo totalizar 6.790 hectares em 2009/10, conforme dados da Associação Paulista dos Produtores de Algodão (APPA).
No Mato Grosso do Sul, o plantio total desta safra 09/10 deve ficar entre 35.500 e 36.000 hectares, com redução na área cultivada com algodão convencional, mas com elevação da área plantada com adensado (45 cm de espaçamento) e safrinha ?estreito? (espaçamento de 76 cm). O plantio está ligeiramente atrasado no Mato Grosso do Sul, principalmente no que tange á região de Chapadão do Sul. A semeadura, que deveria estar em cerca de 55%, está na casa de 30%, em função do excesso de chuvas.
Na Bahia, a safra 2009/10 deve apresentar recuo moderado, de cerca de 6%. Diferentemente de outras regiões, é improvável um forte investimento em plantio de safrinha na Bahia, seja com adensado, convencional ou ?estreito?. Na Bahia, o plantio está em cerca de 50%, dentro do calendário normal, e até mesmo adiantado em algumas localidades.
No Mato Grosso, principal produtor brasileiro, o cultivo de safrinha, tanto convencional como adensado, será alvo de considerável investimento nesta temporada. A percepção geral é de recuo na área de safra de verão convencional, e aumento da área plantada com safrinha adensado, assim também como safrinha convencional, mas de ciclo mais curto. Os cerca de 370 mil hectares a serem cultivados no estado devem ficar distribuídos da seguinte maneira: 40% de safra normal, 50% de safrinha e 10% de adensado.

Fonte: Abrapa

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