Área de refúgio é tema de debate em workshop

Publicado em: 29 de novembro de 2013

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) promove no dia 02 de dezembro um Workshop sobre o uso de refúgio para conservação da eficácia do algodão GM no Brasil. O evento acontecerá em Brasília, no Hotel Nobile, a partir das 9h. “Precisamos mostrar ao produtor que a tecnologia em sementes só é eficaz se utilizada de forma consciente. Não podemos sofrer com pragas como aconteceu neste ano com a Helicoverpa armigera. Agora temos tecnologia e produtos para combater, mas é preciso pensar num manejo integrado e o refúgio é essencial nisso”, diz o presidente da Abrapa, Gilson Pinesso. 

A programação traz grandes nomes da pesquisa brasileira relacionada ao cultivo da fibra. Entre eles estão o professor Paulo Degrande (UFGD-MS), Celso Omoto (Esalq-SP), Silvana Moraes (Embrapa Cerrados), Walter Jorge (Iapar-PR), Sandra Rodrigues (Embrapa Algodão-PB) Eliseu Pereira (UFV-MG) e Luiz A. Pavan (Dow/Irac-BR, SP). 

Além deles, haverá um espaço para os estados apresentarem a situação de controle da Helicoverpa armigera e o trabalho que vem sendo feito para suprimir a praga e encontrar formas de evita-la. As empresas de tecnologia do setor também falarão sobre os produtos e melhores formas de utilização para combate de pragas. 

“Ao fim, teremos um documento consolidando as recomendações e melhores práticas para a adoção do refúgio. Queremos que cada produtor tenha conhecimento disse e passe a adotar em suas propriedades para que possamos ter mais segurança no cultivo do algodão no Brasil”, explica Pinesso. 

REFÚGIO – A área de refúgio nada mais é que o plantio de algodão não-Bt em uma parte da área plantada, sendo uma variedade de ciclo vegetativo similar ao do pedaço plantado com algodão Bt. 

Esta técnica tem sido a principal recomendação para Manejo de Resistência de Insetos (MRI) em todos os países em que as culturas Bt têm sido cultivadas. O objetivo do refúgio é preservar a eficiência e, consequentemente, os benefícios da tecnologia do algodão Bt. 

O refúgio pode ser conceituado como a área na qual a praga alvo tem condições de sobrevivência e reprodução, mas não seja exposta à pressão de seleção da proteína Bt. Desta maneira, ela possibilita a reprodução de insetos suscetíveis e favorece o acasalamento com outros provenientes de áreas com plantas Bt. Assim, a população de praga presente no refúgio pode acasalar com qualquer indivíduo resistente que tenha sobrevivido na lavoura de algodão Bt e, consequentemente, transmitir a suscetibilidade ao Bt para as gerações futuras das pragas alvo. 

É importante frisar que o uso de tecnologia Bt, assim como de diversos defensivos, pode promover a seleção de insetos resistentes. Uma vez selecionado um inseto resistente que cruze com outro resistente, toda a sua descendência será resistente. Caso um inseto resistente cruze com um inseto suscetível a sua descendência será suscetível. 

A melhor maneira de preservar o benefício da tecnologia do algodão Bt é adotar o uso do refúgio como uma ferramenta do Manejo de Resistência de Insetos (MRI). O MRI consiste no conjunto de medidas que devem ser adotadas com o objetivo de reduzir o risco para a evolução da resistência na população das pragas-alvo. 

Confira a programação*: Programação – Workshop Área de Refúgio.

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