Brasil antecipa a venda de 1,1 mi de toneladas de algodão

Publicado em: 26 de novembro de 2010

O Brasil já comercializou 1,1 milhão de toneladas de algodão em pluma da safra 2010/2011, de um total de 1,7 milhão de toneladas a serem colhidos. Os números são da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que prevê uma alta superior a 30% nas áreas de plantio da cultura. A safra deste ano ocupou uma área de aproximadamente 800 mil hectares, segundo levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Espera-se que na safra 2010/2011 o Brasil salte para, no mínimo, 1,08 milhão de hectares, podendo alcançar 1,14 milhão. Para Haroldo Cunha, presidente da Abrapa, a expectativa real é de 1,07 milhão de hectares. “Há um ano plantamos 800 mil hectares e acreditamos que 2010 ficaria igual. Mas, no começo do ano, já se cogitava atingir 1 milhão de hectares, e agora quase 1,1 milhão. Todos estão muito otimistas”, afirma. Em relação à produção esperada para a próxima colheita, a Conab divulgou que o mínimo estaria na casa dos 1,64 milhão de toneladas de algodão em pluma, superando em mais de 2%, o recorde obtido em 2007/2008, de 1,6 milhão. O volume máximo esperado é de 1,73 milhão, que representa uma alta superior a 8%. “Eu acredito que vamos chegar em 1,7 milhão de toneladas em 2011, já que os preços praticados este ano animaram o produtor a ampliar a sua área”, afirma Cunha. “Até aquele cotonicultor que não produzia mais algodão pretende voltar”, acrescentou o executivo da Abrapa. Cunha comentou que os preços praticados este ano, os baix os estoques e a volatilidade do setor auxiliaram na decisão do produtor de vender boa parte da safra 2010/2011 antes mesmo do seu plantio. Dos 1,1 milhão de toneladas de algodão em pluma já comercializados, aproximadamente 800 mil toneladas saíram com o preço de US$ 0,75 por libra-peso. Outras 200 mil, a quase US$ 1 por libra-peso, e o restante superou essa margem. “Muitos produtores acabaram por comercializar a sua safra 2010/2011 com antecedência para levantar caixa, ampliar o capital de giro e arcar os gastos com insumos. Os valores que eles conseguiram foram muito bons”, afirma. Cunha acredita que o estoque mundial de algodão seguirá baixo em 2011, mantendo os preços em patamares mais elevados, mas sem ultrapassar os valores vistos neste ano. “Mesmo com estoques baixos em 2011 vejo que o Brasil não precisará importar algodão, até porque a oferta de algodã ;o deve suprir a demanda”, disse. Para 2012, mesmo diante da retomada do estoque mundial e da queda esperada nos preços do produto, Cunha não vê redução de área ou até mesmo de produção. Segundo ele ninguém está arriscando palpites e as vendas futuras para o ano seguem em ritmo muito lento. “Em 2012, os estoques do produto voltarão ao normal e, com isso, os preços tendem a cair também. Não vejo redução de área e nem de produção. Será um ano mais estável.” Cunha acrescentou. “Tudo dependerá do ano que vem. De acordo com resultados, o produtor pode até fixar mais contratos para 2012”, finalizou. Mato Grosso Diante desse cenário, o Mato Grosso – maior produtor de algodão do País – pretende dobrar a área de plantio da safra 2010/2011 saltando de 355 mil hectares, para mais de 600 mil hectares. Os dados são do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária. “A rentabilidade do algodão está muito boa e grande parte dos produtores de algodão pretende aumentar sua área de plantio. Aqueles que haviam deixado a cultura podem voltar a plantar, claro que com cautela. Não teremos ninguém dobrando área de plantação. Mas, como diz o velho ditado: de grão em grão a galinha enche o papo”, afirmou. Além disso, o instituto acredita que a produção poderá ser a maior de todos os tempos no estado, s uperando em muito os volumes de 2009. “Diante do crescimento de área esperado no Mato Grosso e da produtividade deste ano, vemos um aumento significativo na produção. Podemos bater os recordes, já que vamos quase dobrar a área”, indicou o Imea, que deve divulgar suas projeções nos próximos dias. (DCI – Diário do Comércio & Indústria)

Fonte: Abrapa

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