Embrapa lança três novas cultivares de soja na Bahia Farm Show

Publicado em: 2 de junho de 2014
Sementes são ideais para refúgio, que ajudam a preservar a eficácia da proteína BT

Sementes são ideais para refúgio, que ajudam a preservar a eficácia da proteína BT

Durante a décima edição da Bahia Farm Show, feira de tecnologia agrícola voltada aos produtores da região oeste da Bahia e proximidades, a Embrapa Cerrado e a Fundação Bahia apresentam três novas cultivares de soja desenvolvidas especialmente para o bioma do cerrado.

Os mais de dois milhões de hectares destinados à agricultura da região estão no foco da Embrapa para desenvolver o programa de manejo fitossanitário, que ajuda a controlar o ataque de lagartas como a temida Helicoverpa ssp e a combater os neumatoides da galha. Para isso, as três novas sementes vão ser fundamentais no combate dessas pragas e no desenvolviemnto de áreas destinadas a refúgio da soja.

As variedades são BRS 7980 (convencional), BRS 8180RR e BRS 8280RR (transgênicas) e com elas, será possível a preservação da proteína BT, presente nas sementes muito utilizadas por produtores hoje. Por terem ciclo parecido com o da tecnologia BT, as plantas das novas cultivares se desenvolvem ao tempo que a plantação BT cresce, e com isso o ciclo da lagarta também é o mesmo.

De acordo com a Embrapa, quando há o cruzamento das mariposas distintas, presentes nas duas plantações, é gerada uma cria não-resistente aos inseticidas e às proteínas presentes nas plantas BT, o que faz com que a praga seja derrotada mais facilmente e que haja perpetuação da tecnologia BT como opção resistente na lavoura. As novas cultivares também se mostram resistentes aos nematóides, outro grande problema na região.

Produtividade Além de combater pragas, há um diferencial nas novas sementes: elas também são boas na produtividade. De acordo com Sergio Abud da Silva, supervisor de transferência de tecnologia da Embrapa, o desempenho das sementes chegou a 67 sacas por hectare. “Por ter uma boa produtividade por hectare, os produtores não terão prejuízo ao fazerem refúgio por ter um grande volume a ser colhido também nessa área, sem contar que reduzirá perdas na plantação de sementes BT com o combate a pragas”, explicou.

Sergio afirma que, com o aumento da plantação do tipo BT no cerrado, cada vez mais é preciso reforçar as áreas de refúgio, que por não serem obrigatórias, acabam sendo deixadas de lado. “A Embrapa vem batendo forte nessa tecla de incentivar produtores a fazerem o manejo fitossanitário para lavouras mais sustentáveis. Os produtores têm tido dificuldades de acharem sementes com ciclos parecidos com o do BT para realizarem o refúgio de forma correta, além de eles não se sentirem estimulados a fazer por não encontrarem uma tecnologia que tenha boa produtividade também. Essas novas cultivares vêm para ajudar a solucionar esse problema e levar esse produto com preço acessível a quem busca essa tecnologia”.

Os resultados do uso dessas sementes resistentes não melhoram só os resultados na soja, mas em todas as culturas. Com um controle de pragas no grão, há benefícios também para safras posteriores de milho e especialmente algodão, que por ter ciclo mais longo, acaba sofrendo as conseqüências de pragas herdadas das outras plantações que aconteceram no solo. “Não dá mais para confiar o controle de pragas só em inseticidas se podem usar a tecnologia das sementes a favor”, finalizou Sergio.

*A jornalista viajou a convite da organização da Bahia Farm Show.

Por Teresa Raquel Bastos, de Luis Eduardo Magalhães (BA)*
soja_sementes_cerrado (Foto: Teresa Raquel Bastos/Ed. Globo)

Fonte: http://revistagloborural.globo.com

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