Equilíbrio no setor de algodão dependerá das exportações deste ano

Publicado em: 27 de fevereiro de 2012

As exportações de algodão serão um ponto importante para o mercado interno neste ano. A safra brasileira volta a ser boa, podendo atingir 2 milhões de toneladas, mas a demanda externa já não é tão forte.

Os preços do algodão passaram por forte elevação no ano passado, atingindo o pico no primeiro semestre. Essa alta forçou as indústrias a buscar matérias-primas alternativas, principalmente as fibras sintéticas, o que provocou queda na demanda da fibra vegetal.
Este é o terceiro ano de redução de demanda no mercado externo e os preços ainda estão acima da média histórica. Esse cenário faz com que os estoques subam, podendo chegar a 55% do consumo. Na safra 2009/10 estavam em 38%.
O Brasil consumiu 950 mil toneladas em 2011 e o volume excedente de produtos vai depender das exportações, que deveriam ficar entre 850 mil e 900 mil toneladas para manter estoques internos de 200 mil a 300 mil toneladas. Uma desaceleração na economia mundial e queda nas exportações impactariam sobre os custos dos produtores, que já estão com receitas e custos ajustados.
A avaliação é de Lucilio Alves, pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O país tem, no entanto, alguns pontos favoráveis. Os investimentos feitos pelo setor na busca de novos mercados começam a dar certo.
Além disso, os Estados Unidos devem reduzir a área de plantio, diminuindo o impacto sobre a oferta mundial, segundo Alves.
Por ora, os preços internos ainda têm uma “gordura” em relação aos externos.
Início em alta – O frango iniciará a próxima semana com preço em alta. O quilo da ave viva deverá atingir R$ 1,70 nas granjas paulistas, estima o mercado. Ontem, as negociações eram feitas a R$ 1,65 o quilo.
Produção menor – Um dos motivos da alta foi a redução de produção das granjas nas últimas semanas. Essa redução e o retorno do país à normalidade após o Carnaval, o que eleva o consumo interno, permite o reajuste de preços, segundo o mercado.
A saída é o porto Claudio Pereira, presidente do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz), diz que é importante para os produtores nacionais o país continuar retirando o arroz excedente do mercado interno via exportação. As vendas externas equilibram mais os preços internos.
Trigo – A previsão de boa safra fez o preço recuar para US$ 6,40 por bushel ontem em Chicago.
Fonte: Folha de S.Paulo​
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