Índice de infestação do bicudo-do-algodoeiro cai no oeste da Bahia após campanha dos produtores

Publicado em: 3 de junho de 2016
Primeira reunião de líderes produtores da Campanha Agora é Guerra

Primeira reunião de líderes produtores da Campanha Agora é Guerra

Na manhã do último dia 31, diretores da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e produtores líderes de núcleos, se reuniram para avaliar os resultados da Campanha Agora é Guerra, criada com o objetivo de unir a cadeia produtiva para combater o bicudo-do-algodoeiro. Segundo os números apresentados pela Abapa, o índice de infestação do bicudo-do-algodoeiro, nessa safra (2015/2016), baixou cerca de 80% em relação à safra passada (2014/2015), na região oeste da Bahia.

Para o presidente da Abapa, Celestino Zanella, com o envolvimento dos produtores, a Campanha Agora é Guerra tem mostrado a todos que é possível vencer o bicudo. “Podemos ser exemplo para o restante do país. É preciso que todos façam a sua parte. Já vimos em outras épocas, o bicudo devastando lavouras de algodão. Na Bahia nós declaramos guerra e só vamos parar quando alcançarmos a nossa meta de reduzir drasticamente o nível de infestação. Nessa safra, já vimos os números diminuírem relativamente, para a próxima estaremos empenhados em reduzir ainda mais”, avaliou Zanella.
“Nunca estivemos tão perto de vermos resolvido o problema do bicudo, na Bahia, de forma racional e sustentável. Tudo indica que estamos no caminho certo, e mais do que isto, poderemos até oferecer um modelo de sucesso para o Brasil. Bicudo que não nasce, não dá custo, nem prejuízo”, disse o diretor da Abapa, coordenador técnico do Programa Fitossanitário da Abapa, Celito Missio.

Bicudo-do-algodoeiro

Bicudo-do-algodoeiro

Custos e prejuízos – O bicudo-do-algodoeiro tem uma média de custo de R$1.638,00 por hectare, durante o ano. O que representa um custo total de aproximadamente R$ 400 milhões, levando em consideração a área de cultivo da região oeste da Bahia.

Em relação às aplicações para controle, na safra 2014-2015, foram realizadas uma média de 22 aplicações, numa área de aproximadamente 300 mil hectares, o que gerou um custo de cerca de R$193 milhões, sem contar outras perdas por conta dos danos causados pela praga. Nessa safra, com o advento da Campanha Agora é Guerra, o número caiu para uma média de 12 aplicações, numa área de 227 mil hectares.

“Estamos vendo bons resultados nos núcleos, não podemos entrar na zona de conforto, como já aconteceu em outras tentativas de eliminação do bicudo. Acreditamos que esse é o momento de eliminar essa praga das nossas lavouras, para isso é importante estabelecermos metas. De repente, podemos estabelecer uma meta para 10 aplicações daqui dois anos, e em cinco a cinco anos, aplicações para no máximo bordaduras. Esses números precisam ser definidos pelos produtores, mas seria o ideal”, destacou o coordenador do Programa Fitossanitário da Bahia, Celito Breda.

Manejo integrado – O pesquisador da Embrapa, José Ednilson Miranda, falou sobre a importância do Manejo Integrado do bicudo-do-algodoeiro e ressaltou sobre a eficácia da Campanha. “A Bahia já foi exemplo para o país, na luta contra a helicoverpa, e está no caminho de vencer o bicudo. Hoje, vemos produtores otimistas, e de guerra declarada contra o bicudo. A Embrapa tem algumas ideias de trabalho, algumas soluções de manejo, que aliado ao que os produtores têm desenvolvido hoje, aqui na região, e que já funciona, trarão grandes resultados”, disse Miranda, apresentando soluções para o melhor manejo da praga.

Miranda também falou da diminuição dos índices da praga no Brasil, atribuindo aos bons resultados da Bahia, à força da campanha. “O bicudo está em todo o Brasil, predominantemente no cerrado. Como uma praga regional, precisamos combater regionalmente. Esse ano, devido aos fatores climáticos, o índice de infestação diminuiu em todos os lugares, porém, no caso da Bahia, o trabalho realizado mostrou eficácia, é notório que os números são resultados de um trabalho muito bem feito”, disse.

A reunião aconteceu na Fazenda Orquídea, do Grupo Schmidt Agrícola, em Placas, no município de Luís Eduardo Magalhães, e contou com a presença dos produtores líderes de núcleos, do presidente da Abapa, Celestino Zanella, dos diretores: Marcelino Flores, Paulo Mizote, Marcelo Kappes, Celito Missio e Celito Breda, do pesquisador da Embrapa, José Ednilson Miranda e dos colaboradores da Abapa.

A campanha – A Campanha Agora é Guerra começou em outubro de 2015, com o objetivo de definir ações imediatas para controle do bicudo-do-algodoeiro, com foco nos núcleos regionais, formados a partir da integração dos produtores de algodão, de uma mesma sub-região, que se comprometeram em seguir, de maneira organizada, um plano técnico com medidas eficazes, contra o bicudo-do-algodoeiro. Nessa campanha, os núcleos têm como líderes, os próprios produtores escolhidos em reunião, que são os responsáveis pelas reuniões, tour nas fazendas vizinhas, com a finalidade de debater as boas práticas agrícolas das propriedades da área, e outras ações.

Participam da Campanha produtores, consultores, gerentes, engenheiros agrônomos, técnicos e colaboradores dos núcleos de produtores de algodão. A ação faz parte do Programa Fitossanitário da Abapa, que conta com a parceria do Programa Fitossanitário da Bahia, Embrapa, Adab, Fundeagro, e Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).

Ascom Abapa

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