João Carlos Jacobsen abriu o 10º CBA

Publicado em: 2 de setembro de 2015
Presidente da Abrapa, João Carlos Jacobsen

Presidente da Abrapa, João Carlos Jacobsen

O  presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), João Carlos Jacobsen Rodrigues, abriu a 10ª edição do Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), na noite desta terça-feira (01/09), no centro de convenções do Recanto Catarata Resort, em Foz do Iguaçu (PR), mostrando-se otimista. Ele propôs uma agenda positiva para a cotonicultura, diante de um momento delicado da economia brasileira e internacional e dos atuais problemas enfrentados pelos produtores, como o aumento da incidência do bicudo-do-algodoeiro nas lavouras, das dificuldades de acesso a crédito, do aumento de custos e da concorrência.

Uma das principais propostas de Jacobsen é a união de produtores, técnicos, governo, comunidade científica e indústrias de defensivos para a realização de uma campanha nacional de enfrentamento ao bicudo, que classificou como o maior entrave enfrentado atualmente pelo setor. “Segundo cálculos, os produtores de algodão estão convivendo com uma perda estimada de R$ 1,7 bilhão por ano devido aos danos causados pela praga. Se não adotarmos medidas enérgicas, eficientes e com comprometimento coletivo, perderemos novamente para o bicudo”, disse.

Outro ponto destacado pelo presidente da entidade foi o trabalho que a Abrapa já vem realizando junto ao governo. A ideia é que sejam aprovados novos mecanismos e novas formas de captação de recursos externos, além de medidas de desburocratização que possibilitem aos bancos repassar aos produtores recursos internacionais com custos mais baixos, aliviando a pressão do setor sobre a escassez dos recursos nacionais. A questão do seguro rural também é outro aspecto que a entidade está buscando melhorar com a criação de um sistema eficiente, que permita aos produtores negociarem diretamente com as seguradoras.

Mais de 1200 pessoas participam do Congresso, entre elas, os diretores da Abapa

Mais de 1200 pessoas participam do Congresso, entre elas, os diretores da Abapa

Para enfrentar a concorrência com fibras sintéticas e valorizar o algodão brasileiro, por sua vez, a Abrapa ainda lançou o desafio de realizar um programa de marketing de conscientização dos consumidores sobre a vantagem de se usar produtos de algodão, com o objetivo de elevar a demanda interna.

Jacobsen ainda destacou que, com o apoio da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, e da Frente Parlamentar da Agropecuária, a entidade está acompanhando o desenvolvimento de uma nova legislação de registro de defensivos agrícolas, com o objetivo de dar mais agilidade aos processos a fim de que os produtores obtenham produtos mais eficientes.

Novas tecnologias

O diretor executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Ladislau Martin Neto, que representou a entidade, ressaltou em seu breve discurso a postura proativa dos cotonicultores, na sua demanda cada vez maior por novas tecnologias. “O desenvolvimento de novas tecnologias é fundamental para a competitividade do algodão, sobretudo diante da concorrência dos sintéticos”, destacou.

Martin Neto fez questão de destacar a agenda da Embrapa em relação à cultura do algodão e que inclui o programa de melhoramento genético orientado com novas cultivares com alta qualidade de fibra, precocidade e maior tolerância a fatores adversos, com lançamento estimado para 2017.

Assim como Jacobsen, o representante da Embrapa lembrou que o bicudo, que chegou ao Brasil na década de 1980, precisa ser enfrentado.  Além de falar sobre as pesquisas relacionadas ao manejo integrado de pragas. Martin Neto destacou que a Embrapa está num processo avançado de criação de uma plataforma de pesquisa voltada ao desenvolvimento de cultivares do algodão transgênico com foco na resistência ao bicudo-do-algodoeiro. “Essa é uma parceria com a Abrapa. Estamos construindo essa agenda e esperamos que, com essa pesquisa, ao longo dos anos possamos entregar os resultados”.

Além de Jacobsen e Martin Neto, compuseram a mesa da cerimônia de abertura do 10º CBA o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Rafael Cervone; o diretor executivo do Comitê Consultivo Internacional de Algodão (Icac – International Cotton Advisory Committee, na sigla em inglês), José Sette; o presidente executivo do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Haroldo Cunha, e o diretor da Agência Brasileira de Cooperação, embaixador João Almino.

O 10º CBA segue até sexta-feira (4), com uma agenda de mesas-redondas e plenárias que contam com a participação de especialistas que estão discutindo desde o panorama econômico do Brasil e do mundo até os principais problemas enfrentados pela cotonicultura. Paralelamente aos debates, acontece uma exposição de produtos, serviços e soluções para as lavouras de algodão. O evento conta com o apoio científico da Embrapa e do Iapar – Instituto Agronômico do Paraná.

Fonte: Assessoria de Imprensa e Comunicação do 10º CBA

Compartilhar:
;