Participantes do ICAC defendem união dos países produtores contra as fibras sintéticas

Publicado em: 12 de novembro de 2014

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Mesmo quando os países produtores de algodão buscam diferenciar sua fibra baseados em características únicas de qualidade, um conceito une todos eles: o inimigo do meu inimigo é meu amigo e o verdadeiro inimigo do algodão são as fibras sintéticas. Esse foi o consenso entre participantes de um painel e o público presente à Quarta Sessão Aberta da 73ª Reunião Plenária do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC na sigla em inglês), que foi realizada em Thessaloniki, na Grécia, na primeira semana de novembro.

“National Cotton Brands: Strengthening Awareness of the Attributes of Cotton” foi o título do painel que incluiu palestrantes dos quarto dos principais países produtores: Austrália (Michael Murray, da Cotton Australia), Brasil (João Luiz Ribas Pessa, representante da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão – Abrapa e ex-presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão – Ampa), Grécia (Vasileios Mereas, ministro do Desenvolvimento Rural e Alimentação) e Estados Unidos (Kevin Latner, do Cotton Council International).

Devido à importância do algodão para várias economias nacionais, não surpreende que os países produtores não economizem esforços para construir e proteger o valor de suas marcas.

* O Brasil exporta cerca de 700 mil tons de algodão em pluma por ano para o mercado internacional, o que o torna o país o quinto maior exportador mundial

* Os Estados Unidos respondem por aproximadamente 25% do comércio global de algodão e investiram mais de US$ 200 milhões para aumentar a visibilidade e a consciência global dos benefícios do algodão.

* A cadeia produtiva do algodão da Austrália tem apenas 50 anos – é pouco, considerando-se que o algodão tem sido usado há milhares de anos – mas suas lavouras já tem taxas de produtividade quase três vez mais altas do que a média mundial.

* A Grécia, que recebeu a reunião plenária do ICAC em 1968 (realizada em Atenas) e é anfitriã este ano, responde por aproximadamente 85% da produção de algodão da União Europeia (a Espanha produz os restantes 15%).

Qualquer processo que envolva a comercialização de produtos ou serviços terá um elemento de competição. O valor da pluma é baseado em mais de 12 diferentes características de qualidade, sendo que cada uma varia muito de acordo com o local de cultivo da fibra. Isso torna o país de origem um fator muito relevante na formação do preço. Mas ao final do painel, todos os participantes concordaram que diante da batalha do algodão com as fibras sintéticas, é fundamental que todos os países produtores da fibra natural se unam:

“Algodão é um negócio e a competição é saudável, mas no final das contas é de nosso interesse trabalharmos juntos para aumentar a dimensão global do bolo “, disse Latner.

Participam da 73ª Reunião Plenária do ICAC como representantes da Ampa o ex-presidente Sérgio De Marco e o diretor executivo Décio Tocantins.

 

Fonte: Abrapa

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