Redução de custo é desafio para setor de algodão

Publicado em: 28 de setembro de 2010

O aumento de custos na produção e a continuidade de subsídios no setor foram duas das preocupações manifestadas pelos participantes do encontro do Icac (International Cotton Advisory Committee), que terminou no fim de semana nos EUA.

O aumento de custo, que foi de 17% nos três últimos anos, depende do país e do sistema de produção envolvendo mais ou menos tecnologia. A busca por redução desses custos será um desafio complexo.

Motivo de protesto na OMC, os subsídios -embora menores- continuam. O setor de algodão recebeu ajuda de US$ 3,5 bilhões de governos na safra 2009/10, valor, no entanto, inferior aos US$ 6,2 bilhões de 2008/9.
Os dados de produção e de consumo avaliados no encontro indicam a forte demanda e estoques baixos.
As estatísticas do Icac revelam que os estoques iniciais das safras 2010/11 e 2011/12 serão próximos de 9 milhões de toneladas. Só não serão menores porque a produção mundial nessas safras ficam em 25 milhões e 26 milhões de toneladas, acima dos 21,8 milhões de 2008/9.
O consumo total, após um recuo na crise financeira mundial, ganha nova força e deve superar 25 milhões de toneladas, tanto na safra 2010/11 como na 2011/12.
Os preços internacionais, que chegaram a recuar para US$ 0,61 na safra 2008/9, mantêm a escalada de alta dos últimos meses e ficam em US$ 0,89 por libra-peso (454 gramas) no período 2010/11, segundo os membros do Icac.
Três países se destacam na produção: China, Índia e EUA. Os chineses devem produzir 7 milhões de toneladas na safra 2010/11, e os indianos, 5,7 milhões.
Já os americanos mostram grande recuperação, com evolução de 54% na produção, que vai a 4,1 milhões de toneladas nesta safra.

Para ração As importações norte-americanas de trigo brasileiro aumentaram 117% nos sete primeiros meses deste ano em relação a igual período anterior. Foram 36,5 mil toneladas, segundo dados dos EUA. O produto deve servir para a composição de ração.

Matéria-prima As exportações totais brasileiras de produtos do setor agropecuário para os EUA voltaram a ganhar força neste ano, atingindo US$ 1,9 bilhão até julho, 7% mais do que em 2009. O foco principal ainda é a matéria-prima.

Líder O café em grão ganha espaço e somou US$ 454 milhões -mais 11% no ano. Já as vendas de café torrado e solúvel caíram 13% no período, para US$ 45 milhões.

Em queda Os dados do governo norte-americano mostram que produtos industrializados -e de maior valor agregado-, como queijos, frutas e vegetais processados, perderam espaço no mercado dos EUA.

Em alta As exportações brasileiras de madeira, celulose e papel somaram US$ 724 milhões no mês passado, volume praticamente igual ao de julho: US$ 722 milhões, segundo dados da Secex e do Cepea.

Onde acontece No encontro realizado nos Estados Unidos, o Icac (comitê internacional do algodão) apurou que os subsídios na cadeia do algodão ocorrem no apoio direto à produção, taxas de importação, subsídios à colheita, mecanismos de suporte de preços mínimos e subsídios à exportação.

Finais Os estoques finais de algodão devem subir para 10 milhões de toneladas na safra 2011/12. Se as estimativas do Icac estiverem corretas, esse volume supera em 11% o da safra 2010/11.

Ainda sobe O preço do feijão começou a semana com nova alta. Segundo pesquisa da Folha, o valor médio da saca é de R$ 203,70, mas alguns negócios já ocorrem a R$ 225.

Fonte: Abrapa

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