Sinap cresce 51% no trimestre

Publicado em: 11 de setembro de 2014

O trimestre junho-julho-agosto registrou um crescimento de 51% na quantidade de toneladas de algodão negociadas diretamente e registradas por produtores rurais e traders no Sistema de Informações de Negócios com Algodão em Pluma (Sinap), ante o trimestre anterior. Foram 67.712 tons cadastradas, enquanto o período entre os meses de março e maio contabilizaram 44.750 tons. Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Gilson Pinesso, o crescimento é importante e gera credibilidade para o Sistema. “Implantamos o Sinap para que ele sirva de ferramenta de estudo e planejamento para o mercado. Quanto mais produtores registrarem suas negociações diretas, melhor para todos”, afirma.

Segundo o administrador do Banco de Dados da Abrapa, Allan Pequeno, a alta nos registros acontece por conta da mudança, realizada em abril, no sistema de cadastros que permitiu torná-lo mais ágil e fácil. “Além disso, o período é, tradicionalmente, de maior movimento nas negociações. Acredito que, até o fim de setembro, ainda teremos uma nova alta de negócios e, como consequência, de registros no Sinap”, informa Pequeno.

A tendência de crescimento é confirmada pelos dados mensais. No trimestre, o mês de junho foi o que registrou maior número de toneladas registradas: 37.677. O mês de julho teve queda, com apenas 5.361 toneladas, mas agosto voltou a crescer, com total de 24.674 tons.

Em número de contratos, o crescimento também é visível. Entre março e maio, foram 30 contratos registrados. No último trimestre, o número subiu para 92, uma alta de mais de 200%.

MUDANÇA – A alteração no sistema do Sinap aconteceu para que os dados pudessem ser mais completos. “Tínhamos os registros dos corretores sempre em alto número, mas os demais estavam faltando. Agora estamos vendo que as alterações surtiram efeito”, diz Pinesso.

A principal mudança que surtiu efeito no Sinap é relacionada à forma de cadastro dos negócios realizados diretamente entre compradores e vendedores, sem intermediação de corretoras. Nas compras e vendas entre tradings e produtores (ou cooperativas de produtores), sem a intermediação de corretoras associadas à Bolsa, as exportadoras (tradings) passaram a ser as responsáveis pela inserção das informações no Sinap. As operações de troca (barter) também são, desde abril, inseridas pelas tradings. Elas estão aptas a inserir no sistema os dados dos contratos de compra e venda de algodão que realizarem diretamente com os produtores de Algodão.

No caso das compras e vendas realizadas diretamente entre produtores (ou cooperativas de produtores) e comerciantes ou indústria têxtil, sem a intermediação de corretoras associadas à Bolsa, os produtores (ou cooperativas de produtores) ficaram com a responsabilidade pela inserção das informações no sistema.

ÉTICA – Outra novidade implementada em abril diz respeito à análise do Conselho de Ética do Algodão. Ele, agora, só aprecia as questões relacionadas às operações de compra e venda cujas informações tenham sido registradas no Sinap, corretamente e no devido tempo, seja pelas corretoras associadas à Bolsa ou diretamente pelos contratantes.
As mudanças no Sinap foram divulgadas a toda cadeia do algodão por meio de um comunicado conjunto das quatro entidades que gerenciam o programa: Abrapa, Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) e Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).

SINAP – O Sinap é uma ferramenta desenvolvida em parceria entre a Abrapa, a Abit, a Anea, a BBM e a BM&F Bovespa. O sistema permite consolidar em um banco de dados todos os negócios de algodão em pluma do mercado interno, importação e exportação.

As negociações feitas com corretor da BBM são obrigatoriamente incluídas no sistema, já as feitas diretamente pelo produtor, devem ser cadastradas por ele, com o financiamento da Abrapa.

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