Mais de 600 mil quilos de algodão devem ser produzidos este ano na Bahia. No vale do Iuiu, tradicional região produtora de algodão no oeste do estado, o chamado ouro branco é a principal fonte de renda e de emprego de milhares de famílias.

A Bahia é a segunda maior safra produtora do país de algodão, com 400 mil hectares de ouro branco. De acordo com o Ministério da Agricultura a previsão este ano é de 627 toneladas, um aumento de 40% da safra de 2010. Oitenta e cinco por cento da produção está centrada na região oeste do estado, no entanto, é no sudoeste que a maior parte dos empregos são gerados.

No Vale do Iuiu, são 32 mil hectares de área plantada de algodão. A diferença entre as outras regiões do estado é que 60% da mão-de-obra vem da agricultura familiar. São cerca de 18 mil trabalhadores.

A região compreende oito municípios do médio São Francisco, na fronteira com Minas Gerais. Otemir trabalha com a mulher e as três filhas nos sete hectares da sua propriedade, no distrito de Canabrava, zona rural no município de Malhada. Ele começou a plantar algodão há quatro anos e são oito horas diárias de trabalho. Em 2010 ele colheu nove toneladas de algodão. “A nossa salvação é a plantação de algodão”, diz.

O casal Mirdes e Clóvis Mendes começaram a colher o algodão há cerca de um mês e esperam receber R$ 4 mil por hectares e para os sete hectares da propriedade são 28 mil reais. “A produção dá o sustento do trabalhador. É uma lavoura mais segura, então é uma produção que não tem mais risco de perder”, diz o pequeno produtor.

Quinhentas famílias da região contam com a assistência técnica da Empresa Bahia de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). Hugo Pimentel, técnico agrícola da EBDA conta como é realizada a assistência. “A assistência vem desde o preparo do solo até a comercialização”, diz. Os técnicos também orientam os produtores no combate as pragas.

Para Ernesto Lêdo, coordenador do programa do algodão da EBDA, a produção das plumas no Vale do Iuiu guarda algumas características especiais. “O Vale do Iuiu se destaca por várias razões, a primeira delas é pela topografia, já que o relevo é plano, a segunda é pela fertilidade, onde o solo é de altíssima fertilidade além da cultura do algodão ser bastante tradicional na região porque ela já foi a maior área de algodão da Bahia”, finaliza.

Fonte: G1, editado por Imprensa Abapa