Em operação na Bahia 2ª maior usina de algodão do mundo

Publicado em: 8 de agosto de 2008

A segunda maior usina do mundo de beneficiamento de algodão está na Bahia. Localizada na Fazenda Tabuleiro, entre os municípios de São Desidério e Correntina, no oeste do Estado, vai produzir, inicialmente, cerca de 100 mil fardos de algodão em pluma e gerar 110 empregos. A usina possui uma área de cultivo de 100 mil hectares, sendo 60 mil ocupados com plantações de soja, algodão e milho e 20 mil de algodão. A indústria foi inaugurada, ontem pelo governador Jaques Wagner, os secretários da Agricultura, Geraldo Simões, e da Indústria, Comércio e Mineração, Rafael Amoedo, e representantes japoneses e americanos. Foram investidos na implantação, R$ 30 milhões, resultado da viagem feita pelo governador ao Japão. “Se nós não sairmos para buscar investimentos, eles não vão chegar. Então, minhas viagens ao exterior são produtivas. Prova disto é que estou cumprindo o compromisso que assumi no início do meu governo de não dividir a região oeste e sim desenvolvê-la”, enfatizou Wagner.
Ele disse ainda que agora apenas é o começo “muito desenvolvimento está por vir. Até o fim do ano vamos dobrar o número de empregados. Além disso, precisamos expandir.

Não devemos ficar limitados apenas a pluma do algodão. Agora temos que batalhar para uma usina de fios e tecidos”. A expectativa, até o fim deste ano, é de que a indústria dobre a produtividade e aumente em 40% o número de funcionários. Para o trabalhador Nilton Couto, a indústria representa mudança de vida. “Com a usina, aqui, em São Desidério, fica melhor porque, antes, a gente tinha que ir para o Mato Grosso trabalhar. Agora podemos ficar mais perto de nossas famílias e melhorar de vida”, acentuou. A fazenda pertence à Agricola Xingu S.A, subsidiária integral da Multigrain S.A, de propriedade da Mitsui (Japão), CHS Inc (Estados Unidos) e PMG Trading SA (Brasil) e é a maior produtora de soja e milho do Norte e Nordeste. Emprega 500 funcionários, na entressafra, e acima de 700, na safra. Só no ano passado, foram produzidas cerca de 60 mil toneladas de soja. Somada a outras 350 mil toneladas in natura, compradas de produtores baianos, a empresa exportou cerca de 400 mil toneladas do produto em 2007. O presidente da Usina, Paulo Garcês, confia na potencialidade da região e diz que toda produção será destinada tanto para o mercado externo, quanto para o interno. “Nós já estávamos investindo na região há cinco anos. Aqui estamos conseguindo algodão e produtos de qualidade. Escolhemos o oeste da Bahia por conta da topografia da terra e do clima, que são propícios para o plantio do algodão, da soja e de outros produtos agrícolas”, afirmou Garcês. As condições favoráveis oferecidas pelo governo da Bahia ” infra-estrutura, incentivos fiscais e outros fatores ” também foram essenciais para a instalação do empreendimento. Há cinco anos, a Bahia respondia por 5% da produção nacional de algodão. Hoje, o número chega a 30% e o Estado se consolidou como o segundo maior produtor do Brasil. A região oeste é responsável por 90% da produção baiana de algodão. O clima seco ajuda na colheita e a área plantada do produto cresceu quase 8% em relação ao ano passado chegando, pela primeira vez, aos 300 mil hectares. Para o secretário Rafael Amoedo, o empreendimento é fruto da política de descentralização da indústria no Estado e vai cooperar para melhorar ainda mais estes números. A Bahia já tem 15 distritos industriais e nós queremos ampliar os horizontes. O grande desafio é tornar um Estado por igual e fazer com que ele se desenvolva como um só. Não é necessário dividir a região oeste para transformá-la, afirmou Amoedo. Obras vão beneficiar famílias na RMS A implantação de redes de abastecimento de água e de esgotos, de 380 unidades sanitárias e três equipamentos comunitários, além da construção de 180 unidades habitacionais e melhorias em 62 já existentes. Com essas obras de infra-estrutura, a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) pretende mudar a atual realidade da comunidade de Pitanguinhas, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, beneficiando cerca de 3.500 famílias. A ação também vai assegurar a preservação ambiental do Rio Ipitanga, que é responsável por parte do suprimento de água a Salvador e de seu afluente, o Rio Algodão. Na última quarta-feira, técnicos da Conder, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semahr) e da prefeitura local reuniram-se com a comunidade de Pitanguinhas e explicaram a importância das obras para a melhoria das condições de vida, detalhando seu impacto positivo e a necessidade da remoção de casas localizadas nas proximidades de uma lagoa. A população foi informada que, na segunda-feira (11), terá início o cadastramento de 31 famílias que moram em subabitações no entorno da lagoa. Elas serão remanejadas para outras unidades já em processo de construção, na área da Fazenda Preto Velho, onde já começou o trabalho social coordenado pela técnica Alessandra Fernandes, da Conder. As obras têm recursos do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, e representam um investimento de R$ 19,9 milhões. A conclusão deve acontecer em 18 meses. O chefe do Departamento de Ação Social da Conder, Miguel Cal, salientou a importância das intervenções e a necessidade de colaboração da comunidade durante as obras, para evitar interrupções e acidentes. Geneci Braz, representante da Semarh, mostrou a impossibilidade da permanência da ocupação nas proximidades da lagoa, chamando atenção para a lei que estabelece a obrigatoriedade de um distanciamento de 50 a 100 metros entre habitações e mananciais como o do Rio Ipitanga, que responde por cerca de 40% do abastecimento de Salvador. As novas casas, no loteamento Fazenda Preto Velho, terão dois quartos, sala, banheiro e cozinha, além de uma área de 8 metros quadrados para que o morador possa ampliá-la de acordo com suas necessidades.

Fonte: Abrapa / Tribuna da Bahia

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