Bezerra destaca produção do algodão em Mato Grosso

Publicado em: 17 de dezembro de 2009

O crescimento da produtividade do algodão no Brasil, particularmente em Mato Grosso, foi tema de pronunciamento do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT) na Câmara Federal. Apesar de ter acontecido redução da área plantada, “em tempos de buscas de alternativas para a sustentabilidade ambiental, este é, certamente, um assunto que merece destaque”, disse o deputado.

Bezerra citou reportagem do Jornal da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão – ABRAPA -, de novembro, onde mostra que esse crescimento se deu, “para surpresa geral”, exatamente no Centro-Oeste, onde o clima, a princípio, não é o mais adequado à cultura, porque o excesso de umidade e calor em determinada época do ano tende a favorecer o aparecimento e a proliferação de pragas.

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), porém, evidenciam que, no Centro-Oeste, a produtividade do algodão em caroço saltou de 2,8 mil kg por hectare para 4 mil kg/ha, da safra de 1998/99 para a de 2008/09, enquanto em outras regiões tradicionalmente produtoras os números indicam estagnação e queda.

“Nesse contexto, quero salientar que no meu Estado, Mato Grosso, partimos de uma produtividade de 2.970 quilogramas por hectare para 3.965 quilogramas por hectare. Um aumento de uma tonelada por hectare, senhoras e senhores deputados!”.

A explicação para isso, observou Bezerra, inclui diversos fatores, entre eles o grande porte das propriedades e a capacidade financeira dos produtores da região. Mas o que prepondera, acrescentou o deputado, é a busca constante por soluções tecnológicas, objeto de investimentos maciços do Estado.

São cerca de R$ 10 milhões anuais em pesquisa, para dar estabilidade à cotonicultura. Isso garante o conhecimento do produtor no manejo da cultura, a fertilização adequada, o plantio na época certa, o cultivo de variedades adaptadas a cada microrregião e o uso de maquinário adequado, condições elementares para a boa produtividade alcançada.

Essa busca tecnológica permite inovações, como, por exemplo, a recente implantação do plantio adensado, que poderá garantir novo salto de produtividade, a custos 20 a 25% menores que os exigidos no plantio convencional.

O cultivo adensado funciona da seguinte forma: o plantio deve ser feito apenas no período de 10 de janeiro a 15 de fevereiro, depois da colheita do algodão tradicional, com 12 pés de algodão por metro linear e espaçamento de 45 cm entre as linhas – cerca de metade da distância convencional. Adensado, e com menos umidade, o ciclo da cultura se acelera, dando origem à “safrinha” que, na verdade, é uma safra cuja produtividade muito se assemelha à obtida com o plantio convencional.

Fonte: Abrapa

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