Palavra do Presidente

Presidente da Abapa – Luiz Carlos Bergamaschi
Biênios 2021/2022 e 2023/2024

Quando comecei a plantar algodão no Oeste da Bahia, em 2003, tudo era muito novo. Eram as primeiras safras da cultura na nova região produtiva do estado, para a qual a atividade migrou no final dos anos de 1990. A tecnologia, comparada ao que temos hoje, também engatinhava. Variedades geneticamente modificadas, monitoramento com GPS, smartphones, drones, tudo isso que agora faz parte do nosso dia a dia, naquele tempo, não era nem mesmo uma promessa.

Assim como os agricultores que, na região, decidiram empreender nesta cultura complexa, de mercado exigente, me dediquei com afinco não só para plantar e colher com qualidade, mas para fazer isso de modo sustentável, o que passa, em boa medida, pela rentabilidade. De lá para cá, foram muitos anos me dedicando ao negócio da minha família, mas sempre engajado nas questões relativas à coletividade, e participando ativamente das entidades que representam os agricultores regionais, em especial, os cotonicultores. Agora, seguindo a linha da sucessão, chegou a vez de também contribuir com meu tempo, esforço e ideias para o bem comum, na presidência da Abapa, pelo biênio 2021/2022.

Numa associação que tem como meta o aperfeiçoamento contínuo, trabalharei pela melhoria em cada uma das prioridades da entidade. Conto, para isso, com uma diretoria formada por profissionais competentes e com muita vontade de contribuir, e com o mérito de equilibrar a experiência e o conhecimento de cotonicultores de longa tradição, com a inovação, a garra e as novas habilidades e competências de jovens, filhos destes pioneiros, que já exerciam seu papel em seus grupos familiares e, agora, também dão o seu quinhão de trabalho e energia ao associativismo. Uma bela “safra” de uma juventude que se criou na pluma, vendo de perto a evolução da cotonicultura baiana, e também as dificuldades e as conquistas que tornam ainda mais desafiadora e instigante a arte de plantar algodão.

Nossos desafios como associação também evoluem, e a meta fica um pouco mais alta à medida em que o tempo passa. Qualidade e preço já não bastam. Queremos ser cada dia mais sustentáveis, do ponto de vista econômico, ambiental e social. Queremos entregar rastreabilidade com precisão, ter a melhor defesa fitossanitária possível, qualificar colaboradores, incorporar mais tecnologia, e, claro, conquistar mercados. Para isso, precisamos ser competitivos. Diferenciais para isto não nos faltam: plantamos nossas lavouras quase que totalmente em regime de sequeiro; adotamos boas práticas, como o Plantio Direto na Palha; seguimos rigorosamente a legislação Ambiental e Trabalhista, e vamos além, nos certificando pelo mais completo programa de sustentabilidade do algodão em todo o mundo, o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que, desde 2013, opera em benchmark com a Better Cotton Initiative (BCI), referência global em licenciamento de pluma sustentável. A Abapa, com suas equipes multidisciplinares, implementa e gere as diretrizes da associação nacional, a Abrapa, para tornar viável este programa no estado.

Diferenciais só se constroem com inovação. Por isso, a Abapa vai além da representação institucional, para fazer ações em infraestrutura, como estradas que beneficiam a sociedade local como um todo, ou promover eventos que fomentem a saúde e o estreitamento de laços com a comunidade. Para chegarmos a este ponto, foi preciso sonhar e realizar juntos. É a união que nos move. Por isso, em nome da diretoria deste biênio, e de cada colaborador da associação, agradeço àqueles que vieram antes de nós, por “pavimentarem” o caminho que nos trouxe até aqui, me comprometendo a manter e complementar o que construímos

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