Seca nos EUA puxa preços externos do algodão; mercado interno tem queda

Publicado em: 27 de junho de 2011

As condições precárias da safra de algodão nos Estados Unidos tiveram reflexos ontem nos preços na Bolsa de commodities de Nova York. O primeiro contrato subiu 4%, para US$ 1,55 por libra-peso. O Estado do Texas, que produz um terço do algodão norte-americano, tem uma das piores secas da história, o que não permite o desenvolvimento das lavouras. Na safra 2011/12, apenas 14% das lavouras estão em boas condições. Os dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontam ainda que a média nacional não é boa. Apenas 26% das lavouras são consideradas boas e excelentes, o menor percentual desde 1991. Os números futuros podem indicar uma situação ainda pior. Apesar de os Estados Unidos terem elevado em 15% a área de plantio de algodão neste ano, o volume de produção será menor do que os 3,7 milhões de toneladas em pluma do ano passado. Estima-se um abandono de 19% da área plantada devido às más condições das lavouras. O mercado interno, que vem em queda nas últimas semanas, não sentiu os efeitos do externo ontem. O acompanhamento de preços do Cepea indicou R$ 2,107 por libra-peso, 1,8% abaixo do valor de segunda-feira.

OLHO NO PREÇO COTAÇÕES

Mercado Interno

ARROZ (Reais por saca) 19,61

Mercado Interno

TRIGO (Reais por saca) 28,47

Protecionismo Políticas protecionistas distorcem o comércio e são um “grande obstáculo” aos investimentos necessários para assegurar que a produção global de alimentos consiga suprir a forte e crescente demanda futura.

Traders A avaliação é de Carl Hausmann, diretor geral de assuntos corporativos e governamentais da Bunge, ao se referir à limitação de operações de traders de grãos pela Ucrânia, informa a Reuters.

Mais soja Brasil e Argentina terão área maior de soja na safra 2001/12, segundo estimativas da consultoria Oil World. A área plantada no Brasil deverá ir a 25,2 milhões de hectares. Na Argentina, vai a 19,2 milhões de hectares.

Para cima Após ter recuado para até R$ 1,013 por litro em meados de maio nas negociações de Paulínia (SP), o álcool mantém alta na porta das usinas. Acompanhamento do Cepea registrou R$ 1,02 por litro, ontem.

Após baixa, cotação do trigo reage em Chicago

O trigo, que iniciou a puxada de preços das commodities no ano passado, voltou a subir ontem. A safra de inverno dos EUA está abaixo do desejado, e Rússia e Europa já tiveram sinais de seca. A China também entra nessa lista: após seca durante o desenvolvimento da lavoura, o país passa por um período de enchente, diz Daniele Siqueira, da AgRural. Se esses efeitos climáticos se acentuarem, o cereal poderá novamente puxar os preços das commodities. O primeiro contrato foi a US$ 7,1 por bushel ontem em Chicago, com alta de 2,3%. Os preços atuais superam em 46% os de há um ano.

Fonte: Abrapa

Compartilhar:
;