Abrapa divulga balanço do ano

Publicado em: 20 de dezembro de 2013

Balanço do ano e previsão para o próximo 

Algodão no Brasil e no mundo 

A safra 2012/2013 teve uma quebra de cerca de 27% em área em relação à safra 2011/2012. Por conta desta quebra, a produção de algodão no país ficou em 1.261.164 toneladas, em uma área de 869.917 hectares. A produtividade média do ano foi de 1.418 kg/ha para os 1026 produtores ativos na safra. 

Para a safra 2013/2014 a expectativa é de um aumento de área de 22%, chegando a 1.063.041 ha, com uma produção de 1.640.698 toneladas, o que representa um aumento de 30%. A produtividade média também deve subir e chegar à casa dos 1.431 kg/ha. 

A estimativa para os custos de produção é de uma alta de 6,97%, saindo dos 5.307,60 da safra 12/13, para 5.677,55 em 13/14. 

Na exportação, o país fechou a safra 12/13 com 937.753 toneladas enviadas ao exterior. O valor é 10,12% menor que as 1.043.354 toneladas exportadas na safra 2011/2012, quando o Brasil bateu o recorde de exportação de pluma. A redução na quantidade de pluma exportada era esperada devido à redução de 37% na área plantada na safra. 

Numa visão mundial, China e Índia continua sendo os principais produtores e consumidores mundiais de algodão. Só a China produziu 7.3 mil toneladas de algodão na safra 12/13, com previsão de 6.7 mil toneladas em 13/14. O consumo chinês ficou em 8.290 toneladas em 12/13, com previsão de 8.040 em 13/14. 

Os principais compradores do algodão brasileiro se mantêm. Coreia do Sul, Paquistão, China, Indonésia e Malásia são os cinco principais importadores da fibra. Só em 2013 eles compraram, respectivamente, 67.867, 63.751, 48.061, 19.369 e 17.417 toneladas. 

Helicoverpa 

A Safra 2012/2013 no Brasil sofreu com a praga Helicoverpa armigera. A estimativa é de um prejuízo de cerca de R$ 4 bilhões só na cultura do algodão. Neste sentido o trabalho desenvolvido foi em busca de soluções para a praga. Foram realizados diversos encontros e reuniões para debater o tema. 

A Abrapa participou, em nível regional e nacional, de diversos grupos de debate sobre formas de controle e contenção da praga em parceria com as associações estaduais, Embrapa, Ministério da Agricultura, Ministério do Meio Ambiente, universidades, institutos de pesquisa, entre outros. 

Só em outubro, com a publicação de uma Medida Provisória que determinava o Ministério da Agricultura como único responsável pela determinação de emergência fitossanitária e autorização de importação de produtos ainda não registrados no Brasil para uso emergencial nestes casos, é que o caso foi resolvido. 

Agora espera-se que a próxima safra não sofra tanto com a Helicoverpa, uma vez que o Mapa já decretou emergência fitossanitária nos principais estados produtores e todos já estão trabalhando na importação do Benzoato de Emamectina para combater a praga. 

Atuação Junto ao Governo Federal 

A Abrapa, ao longo de 2013, debateu diferentes temas com as áreas responsáveis. Entre os principais, estão: 

– Revisão do Preço Mínimo do Algodão;
– Liberação de novos produtos visando o controle da Helicoverpa armigera;
– Revisão do ato que proíbe o uso de neonicotinóides em aviação agrícola que busca proteger as populações de abelhas;
– Revisão das IN 54 e 63, referentes às normas de classificação de algodão e credenciamento de laboratórios de classificação;
– Liberação de novos eventos transgênicos para o algodão;
– Revisão da proibição de plantio de algodão transgênico no estado do Tocantins;
– Sugestão na formulação de Lei e Decreto de Emergência Fitossanitária;
– Elaboração de parecer sobre “trabalho escravo”, visando subsidiar a Câmara dos Deputados. 

Programas Abrapa 

ABR 

O Algodão Brasileiro Responsável (ABR), programa de sustentabilidade da Abrapa deu um salto de evolução desta safra. Além do aumento na adesão de produtores, temos ainda a harmonização de protocolos com a Better Cotton Initiative, a BCI, entidade internacional que busca uma produção melhor de algodão. Agora, o produtor certificado pelo ABR é, se assim quiser, automaticamente, licenciado pela BCI. Foram muitos debates, muitas reuniões e acertos para chegar a um ponto que proporcionasse esta realidade. O Brasil mostra para o mundo que está à frente na questão da sustentabilidade e que tem, como um dos principais motes do trabalho, a preocupação ambiental, social e econômica. Nenhum outro grande país produtor de algodão possui um programa tão avançado com o ABR e a adesão do BCI reforça isto. 

Para a safra 12/13 o ABR contou com 216 fazendas certificadas. As propriedades estão nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Goiás, Maranhão e Minas Gerais. Juntas, elas representam 469.744 hectares de área plantada e uma produção de 753.608 toneladas de pluma. 

A BCI teve 130 propriedades licenciadas. São 87 grandes propriedades dos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. O estado mineiro também tem outras 44 propriedades de pequenos produtores. Na divisão por estado, a Bahia teve 4 propriedades licenciadas. Mato Grosso do Sul teve 13 fazendas, assim como Minas Gerais , que também conta com os pequenos produtores. Goiás teve 14 licenciamentos e Mato Grosso, o maior participante, contou com 43 propriedades licenciadas a vender algodão Better Cotton. 

No total, a BCI soma 188.288 ha de plantio de algodão, com um total de 321.305 toneladas licenciadas para comercialização. 

A expectativa com o benchmarking dos protocolos é de que haja uma expansão de 25% na participação dos produtores. 

SAI 

O Sistema Abrapa de Identificação (SAI) teve, em 2013, seu sistema reformulado para facilitar o acesso e a inserção de informações. O sistema de leitura de etiquetas também ganhou uma novidade com a possibilidade de uso por smartphone. Basta que o produtor baixe um aplicativo que lê a etiqueta, dando mais acessibilidade a sistema. 

A etiqueta do SAI também está ganhando novo layout, que facilita a leitura do código de barras para ser usado já na nova safra. O processo de seleção para a escolha das gráficas para as próximas safras já está aberto. 

QUALIDADE 

O Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro está trabalhando na construção do Laboratório Central de Referência, o qual já tem plano de obras pronto e terreno adquirido. Também já foi contratada a tecnologia para o serviço de um banco de dados de HVI das amostras analisadas. 

Outro ponto importante é a união dos laboratórios que estão se adequando, desde 2012, para se enquadrarem em um patamar único de qualidade e classificação. 

O laboratório central de referência entra em operação ainda em 2014, o que vai gerar muitos benefícios aos produtores, pois proporcionará maior transparência e dará, aos compradores, a garantia da qualidade com a rechecagem feita pelo laboratório. 

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