Programa Fitossanitário

A defesa fitossanitária é base da produção sustentável de algodão no Brasil, já que nosso país tropical tem condições de clima e solo propícias à proliferação de patógenos e parasitas. Sol, água, luz em abundância e temperaturas amenas, somados à falta de eventos sazonais como a neve – para quebrar o ciclo das pragas e doenças –, fazem do dele uma grande “estufa” para o “cultivo”, também, dos inimigos das lavouras.

A praga mais importante da cotonicultura brasileira é o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), um inseto exótico, que não encontra predadores por aqui. Seu combate se dá através do conceito do Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIP), que consorcia o uso de inseticidas e a adoção de medidas preventivas, como a eliminação das plantas voluntárias e restos culturais que servem de abrigo ao bicudo. Ainda não existem tecnologias transgênicas ou biológicas comprovadamente eficazes contra o inseto, o que torna seu combate e controle dispendioso e complexo. A batalha contra o bicudo exige ações individuais e coletivas. Para que o trabalho seja eficaz, todos devem estar conscientes do seu papel.

Para manter a defesa das lavouras sempre “fechada”, na safra 2004/2005, foi criado o Programa de Monitoramento e Controle do Bicudo e Outras Pragas do Algodoeiro, no Oeste e Sudoeste da Bahia. Inicialmente, o programa foi conduzido pela Fundação Bahia e pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), passando a ser executado, mais tarde, pela Abapa.

Também chamada de “Programa Fito”, esta iniciativa é apoiada financeiramente pelo Fundo Para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão (Fundeagro) e o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). Seu objetivo é evitar ou minimizar os danos que o bicudo do algodoeiro e outras pragas ocasionam à cultura do algodão, ao ambiente e à economia do estado.

O Programa Fito dividiu, estrategicamente, a área produtiva do estado em Núcleos Regionais de Controle. Ao todo, são 18, sendo 15 no Oeste da Bahia e três no Sudoeste.

Uma equipe técnica formada por engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas monitora as microrregiões produtoras, nas duas regiões de cultivo da fibra na Bahia. Além disso, o Programa Fito envolve campanhas de conscientização, vistorias constantes às áreas de algodão e de rotação de culturas, tours, reuniões de diagnóstico e análise dos resultados aferidos nas “armadilhas”, além de apoio à pesquisa científica, universidades e empresas do agro.

 

Monitora Oeste: aplicativo estratégico ao controle de doenças do algodão e da soja

Em fevereiro de 2022, a Abapa, em parceria com a Embrapa Territorial, lançou o aplicativo “Monitora Oeste”, que emite alertas no celular dos produtores do cerrado da Bahia, acerca de duas doenças de grande repercussão nas culturas do algodão e da soja: a ramulária e a ferrugem asiática, respectivamente. No final do mesmo ano, o monitoramento do bicudo-do-algodoeiro também foi integrado à plataforma.

Através do Monitora Oeste, o usuário pode fazer consultas a mapas diários das ocorrências da ramulária, da ferrugem da soja e do bicudo, além de conferir as condições climáticas favoráveis às doenças e ao inseto. As buscas podem ser filtradas por municípios, tipos de áreas de cultivo e núcleos fitossanitários.

Para a ramulária e a ferrugem da soja, o banco de dados do Monitora Oeste é alimentado por uma rede de informantes composta por pesquisadores, extensionistas e produtores regionais que percorrem os campos baianos de plantações de soja e de algodão durante o período de safra. No caso do bicudo, os dados são inseridos pelos assistentes técnicos do Programa Fitossanitário da Abapa. As informações do sistema são, instantaneamente, disparadas, em forma de alertas, ao celular do produtor cadastrado, dando-lhe base para a tomada de decisão.

 

• Relatório de Safra 2020/2021 – Programa Fitossanitário

 

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