Agricultores Familiares conhecem as formas de manejo da Helicoverpa armigera

Publicado em: 22 de janeiro de 2014

agri-fam1Identificação, monitoramento e combate da Helicoverpa armigera. Estes foram os pontos tratados por técnicos da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e da Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa), com os agricultores familiares do Oeste da Bahia, no último sábado (18), durante a Manhã de Formação sobre o manejo da praga. O evento realizado no CTG Estância do Rio Grande, em Barreiras, reuniu agricultores de pequeno e médio porte de toda a região.

O presidente da Aiba, Júlio Cézar Busato, abriu o evento agradecendo a presença de todos e destacando a importância da união para combater a praga. “Somente com um trabalho imediato e a união de todos os produtores, sejam eles de pequeno, médio ou grande porte, poderemos vencer este desafio”, disse Busato.

“ Não mediremos esforços para orientar, auxiliar e dar suporte aos agricultores que lutam diariamente para produzir, gerar emprego, renda e trazer desenvolvimento para a Bahia e para o Brasil. Sem dúvida, a agricultura familiar é fundamental nesse processo e este evento é extremamente importante para levar informação sobre o manejo da Helicoverpa armigera”, afirmou Isabel da Cunha, presidente da Abapa.

O ciclo de palestras teve início com o engenheiro agrônomo e membro do Conselho Técnico da Aiba, Adriano Lupinacci, que falou sobre identificação e monitoramento. Segundo ele, o ciclo de vida da praga tem início na postura dos ovos, sendo que a mariposa pode colocar cerca de mil ovos por postura. De cada ovo sairá uma lagarta que, na segunda fase do ciclo, se transformará novamente em mariposa. A lagarta costuma se alimentar de plântulas, folhas, flores e frutos, com preferência para a parte reprodutiva da planta.

Lupinacci alertou sobre a importância do monitoramento das lavouras para se identificar a presença da praga e o índice de infestação. “ O combate eficiente da Helicoverpa se dá na fase inicial da praga, quando a lagarta ainda está pequena, não ultrapassando os sete milímetros de comprimento. A partir deste tamanho, o controle fica pouco efetivo em lagartas com comprimento acima de três centímetros”, afirmou Lupinacci, lembrando que o uso de armadilhas luminosas ou com feromônios podem contribuir para monitorar a praga.

Em seguida, foi a vez do engenheiro agrônomo e coordenador técnico do Programa Fitossanitário do Oeste da Bahia, Celito Breda, falar sobre o controle biológico da praga através do uso de vespas, vírus, fungos e bactérias. Segundo ele, no caso do agricultor familiar, o melhor método para controlar a Helicoverpa é o uso de vírus e vespas (Trichograma).

agric-fam2Em caso de tempo chuvoso, Celito Breda orientou o uso de inseticida a base de Bt, que são bactérias auxiliares no controle desta praga. “ A utilização destas ferramentas é bem criterioso e precisa da orientação de técnicos experientes. Nos colocamos a disposição dos agricultores do vale para ministrar cursos e treinamentos para eles”, disse Breda.

Sobre o uso de vespas, o agricultor Inácio da Silva, do município de Luís Eduardo Magalhães, quis saber onde encontrar o inseto e como utilizar. Celito Breda explicou que as vespas podem ser adquiridas nas revendas e que o custo varia de R$ 35 a R$ 50,00 por aplicação. Cada aplicação “inundará” a lavoura com cerca de 100 mil vespinhas que vão parasitar os ovos das lagartas e promover um controle de 50 a 90%. Na ocasião, Breda anunciou que a partir de 2015, a Fundação Bahia vai passar a produzir vespas em grande escala.

Já o agricultor Cleonaldo, do assentamento Oscar Niemeyer, do município de São Desidério, quis saber a maneira mais prática para o agricultor familiar identificar a praga. Quem respondeu foi o agrônomo Adriano Lupinacci, dizendo que o monitoramento é o meio mais eficiente de identificação.

Lupinacci também respondeu a pergunta do técnico agrícola, Rener, produtor de banana no projeto Barreiras Norte, sobre o registro de casos de ataque da Helicoverpa na banana. Segundo o palestrante, ainda não foi registrado nenhum caso, mas existem técnicos monitorando este tipo de cultura também.

“A gente veio aqui para aprender. Nunca tinha ouvido falar sobre essa lagarta que pode prejudicar a nossa plantação. Participamos do encontro e foi muito bom”, disse a agricultora Maria Pereira, do assentamento do município de São Desidério.

“Não conhecia a lagarta, só ouvia falar do estrago. Na nossa plantação a gente só conhece a ‘mosca branca’ e a ‘rosquinha’. Agora, depois desse encontro, tenho o conhecimento dessa lagarta. Gostei da reunião porque juntou todas as entidades para combater a praga. Sozinho é mais difícil”, afirmou Claudino Barbosa da Silva, do assentamento de Luís Eduardo Magalhães.

O evento contou com a presença do ex-secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles; os deputados federais Oziel Oliveira e João Leão; o deputado estadual Cacá Leão; o prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Humberto Santa Cruz e os secretários da Agricultura dos municípios de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e São Desidério.

Ao final do evento, todos participaram de um grande almoço de confraternização.

Texto: Ascom Aiba
Foto: Ascom Abapa

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