Governo apresenta solução emergencial para a Helicoverpa

Publicado em: 22 de março de 2013

 

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Embrapa identifica tipo de lagarta (Helicoverpa armigera) e abre caminho para solução emergencial

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) identificou a espécie de lagarta que vem atacando a cultura do algodão e da soja em doze estados brasileiros, com maior incidência na Bahia. Ao contrário do que se pensava, a lagarta que vem dizimando os campos não é a da espécie zea, mas sim a Helicoverpa armigera, que ainda não havia sido identificada no Brasil.

“Como é uma praga nova, cairá na classificação de quarentenária A1”, afirmou o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, durante reunião na manhã de sexta-feira, 22 de março, no gabinete do ministro Antônio Andrade, da Agricultura. Com esta classificação, o ministro Antônio Andrade garantiu que o governo vai liberar, em caráter emergencial, a importação e uso de um produto reconhecidamente eficaz no combate à lagarta, já utilizado em países como Austrália, Estados Unidos, Japão, toda a União Européia e a África. A possibilidade de ingresso da lagarta no país, segundo a Embrapa, foi por meio de importação de flores e outros materiais de propagação vegetativa.

A reunião contou ainda com a presença do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Gilson Pinesso, o deputado Moreira Mendes, representando a Frente Parlamentar da Agropecuária, o secretário executivo do Mapa, José Carlos Vaz e os secretários Neri Geller, de política agrícola, Enio Pereira, de defesa agropecuária e Célio Porto, de relações internacionais do agronegócio.

Além da liberação de uso do produto, o governo, por meio da Embrapa, vai promover debates para a criação de um programa de manejo integrado da praga com vistas à evitar sua proliferação. Segundo Pinesso, a medida vai auxiliar o produtor, mas é preciso precaução com a safra 2013/2014. “Usar o produto agora vai ajudar o produtor a terminar a safra com mais segurança, mas é preciso já pensar na liberação dele para o início da próxima, para não corrermos risco de enfrentar tudo novamente”, diz o presidente da Abrapa. A promessa do ministro Antônio Andrade é que a portaria será publicada na segunda-feira, 25.

QUARENTENÁRIA – Praga quarentenária é todo organismo de natureza animal e/ou vegetal, que estando presente em outros países ou regiões, mesmo sob controle permanente, constitui ameaça à economia agrícola do país ou região importadora exposta. Tais organismos são geralmente exóticos para esse país ou região e podem ser transportados de um local para outro, auxiliados pelo homem e seus meios de transporte, através do trânsito de plantas, animais ou por frutos e sementes infestadas. As pragas quarentenárias se agrupam em duas categorias:

A1 – são as pragas exóticas não presentes no país
A2 – são pragas de importância econômica potencial, já presentes no país, porém apresentando disseminação localizada e submetidas a programa oficial de controle.

OUTRAS PAUTAS – Pinesso apresentou ainda outras demandas do setor cotonicultor ao novo ministro. O reajuste do preço mínimo foi o tema mais debatido. “Estamos há dez anos sem reajuste para o algodão. Acreditamos que com um preço mínimo de R$ 63,00/@, que é o que estamos pedindo, o produtor voltará a se sentir incentivado a plantar o algodão”, diz Pinesso. A área de algodão no Brasil teve redução de cerca de 38% da safra 2011/2012 para 2012/2013.

Foram debatidos, ainda, os temas da Instrução Normativa para a padronização da classificação do algodão no país, a consulta pública da Câmera de Comércio Exterior (Camex) para reajuste do TAC, que influenciará o preço dos fertilizantes com aumento de 6% no imposto de importação, e o Seguro Agrícola.

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