Minicurso alerta para as vantagens das plantas de cobertura no consórcio soja-milho-algodão.

Publicado em: 30 de agosto de 2017

O uso de plantas de cobertura no sistema milho-soja-algodão pode representar uma economia de até US$200 por hectare para o produtor nos custos de fertilizantes e no manejo do solo das lavouras de algodão. Apesar da vantagem financeira, estima-se que apenas 30% dos cotonicultores do Brasil utilizam a técnica, que também traz benefícios ambientais. O tema foi tratado no minicurso Plantas de cobertura, descompactação e agregação de matéria orgânica, realizado hoje (29), no primeiro dia de programação do 11° Congresso Brasileiro do Algodão (11° CBA) que a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) realiza até a próxima sexta-feira (1°/09), no Centro de Convenções de Maceió. O minicurso foi ministrado pelo agrônomo e doutor em fitotecnia da Embrapa Algodão, Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira e pelo também agrônomo e doutor em agricultura da mesma instituição, Júlio César Bogiani.

As plantas de cobertura de várias espécies estão na base do sistema de plantio direto e também podem entrar na rotação de culturas. Um dos modelos mais utilizados pelos produtores é o uso concomitante do capim com o milho, depois da soja ser colhida e antes do algodão ser plantado. A palhada remanescente após a colheita do milho serve de base para o plantio do algodão. Os técnicos explicam que a matéria orgânica é incorporada ao solo, reduzindo a necessidade de introdução de nutrientes, como nitrogênio, já as raízes do capim aeram o terreno.

A proteção do solo contra a erosão e o impacto das gotas de água são destacados por Alexandre Ferreira, assim como o combate às plantas daninhas. “Durante o crescimento das plantas de cobertura, elas competem com as plantas invasoras. Possuem também o chamado efeito alelopático, produzindo substâncias químicas desfavoráveis ao desenvolvimento das plantas daninhas”, afirma Ferreira. A massa orgânica sobre a qual é plantada o algodão forma uma espécie de ‘colchão’ que protege o algodoeiro de doenças como o mofo branco, dentre outras.

Segundo o coordenador científico do 11° CBA, Eleusio Curvelo Freire, dentre as razões para a técnica ainda não ser plenamente utilizada, estão os custos com sementes de plantas de cobertura, que chegam a US$ 100 por hectare. “Basta matemática simples para comprovar as vantagens da técnica, que promove uma economia de US$300 por hectare com insumos e manejo de solo”, afirma Eleusio Curvelo, ressaltando que, nos Estados Unidos, o plantio direto na palha é amplamente utilizado há mais de 20 anos.

 

Imprensa Abrapa/ CBA

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