Preço do algodão afeta indústrias têxteis

Publicado em: 16 de fevereiro de 2011
A alta no preço do algodão por conta da quebra de safra de importantes produtores mundiais, como Paquistão, e a decisão da índia de suspender as vendas para o mercado externo já está afetando as indústrias têxteis e de fios em Mato Grosso do Sul. Conforme o presidente do Sindivest/MS (Sindicato das Indústrias do Vestuário, Tecelagem e Fiação de Mato Grosso do Sul), José Francisco Veloso Ribeiro, a situação vem desde o quarto trimestre do ano passado. “O algodão brasileiro acabou tornando-se uma das poucas opções e fez com que os produtores preferissem exportar, principalmente para a China. Isso deixou o mercado interno com falta de produto e as indústrias em situação de instabilidade para produzir”, afirmou Francisco Veloso, acrescentando que em um pequeno período o preço da matéria prima subiu muito e continua oscilando, o que mantém o clima de incertezas para a indústria. Ele informa que em um período de seis meses a alta do algodão chegou a 150% e o preço da pluma está variando muito. “O momento é de insegurança para a indústria que não tem base para se preparar para o futuro e que tem mantido as máquinas rodando porque se parar pode ficar pior ainda, mas isso é hoje, amanhã pode ser outro momento”, explicou, reforçando que as mudanças nas cotações tem sido repentinas e que a tendência de alta ainda permanece.

DESCONTROLE

Essa rotina de incertezas afeta em jeito a Copasul, localizada em Naviraí, região sul do Estado, onde o gerente comercial Jaime de Oliveira Macedo explica que, a cada compra, a matéria prima tem preço variado. “A matéria prima sobe diariamente, tanto no mercado nacional, quanto no internacional. Essa volatilidade imprime dificuldade para estabelecer preço para o produto. Hoje é inseguro estabelecer um preço”, explicou, acrescentando que a pluma está custando em média R$ 8,25 o quilo. De acordo com ele, o momento é de instabilidade porque as fiações não conseguem repassar esses custos maiores para as têxteis. “Com o algodão nesse patamar de preço, não é possível repassar o valor para o fio e é uma dificuldade vender o fio no preço adequado. Hoje estamos comercializando em média com 25% de defasagem” contou. A área plantada com algodão no Brasil deve crescer 45% na safra 2010/11 e superar 1,2 milhão de hectares cultivados, com isso, a pluma deve alcançar 1,83 milhão de toneladas. ?Se essa safra de 1,8 milhão de toneladas for confirmada, vamos conseguir patamares de preços satisfatórios, sem essas oscilações drásticas que enfrentamos hoje?, afirmou

Jaime Macedo.
Fonte: Abrapa

Compartilhar:
;