Workshop define metas para uso de refúgio

Publicado em: 4 de dezembro de 2013

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O Workshop sobre uso de área de refúgio na produção de algodão promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) resultou em um documento com 12 pontos principais sobre o que deve ser adotado no Brasil para uma padronização do sistema e o melhor aproveitamento das tecnologias Bt. 

O evento aconteceu na segunda-feira, 02 de dezembro, no Hotel Nobile, em Brasília e contou com a participação de cerca de 50 pessoas entre pesquisadores, produtores, técnicos agrícolas, representantes da indústria de sementes e do governo federal. 

O documento será levado para a reunião da Câmara Setorial do Algodão, que acontece na quarta-feira, 4 de dezembro, para debate com a cadeia. Os pontos que ficaram definidos são: 

1) Necessidade de intensa campanha de conscientização do setor produtivo para a adoção das estratégias de Manejo da Resistência de Insetos a variedades-Bt (feita pela Indústria, Governos, Produtores, Assistência Técnica e Educação);
2) Dar preferência a utilização de eventos piramidados com pelo menos duas proteínas Bt diferentes (com mecanismos de ação distintos);
3) Refúgios alternativos (outras plantas hospedeiras) podem ser úteis para algumas pragas-alvo, porém como estratégia complementar ao refúgio estruturado;
4) Refúgio ensacado não é uma alternativa viável até o momento para a cultura do algodão no Brasil (para os eventos disponíveis);
5) Necessidade de um programa de monitoramento da suscetibilidade de pragas-alvo a proteínas de Bt com divulgação pública e veiculação da informação em hotsite (p.ex. MAPA e IRAC-BR) dos resultados, de caráter informativo, para a tomada de decisão conjunta da Cadeia Produtiva;
6) Estimular o monitoramento da eficácia das proteínas expressas nos cultivos Bt em função da variedade, ciclo fenológico, condições adversas de clima – stress hídrico (seca), em diferentes partes das plantas (folhas e estruturas reprodutivas), dos resultados de caráter informativo, para a tomada de decisão conjunta da cadeia produtiva;
7) Necessidade da utilização das tecnologias Bt de acordo com as recomendações de MIP (incluindo monitoramento de pragas, destruição de soqueiras, uso de produtos seletivos a inimigos naturais, controle biológico, rotação de inseticidas com diferentes mecanismos de ação, capacitação pessoal, etc.);
8) O planejamento do sistema de produção de cultivos é de fundamental importância para a sustentabilidade da tecnologia e do agronegócio. Para tanto, há necessidade de trabalho cooperativo para a implantação de recomendações no âmbito regional, com a participação de todos os envolvidos na cadeia produtiva, ou seja, agricultores, consultores, empresas de sementes e de defensivos agrícolas, universidades e institutos de pesquisa e ensino, órgãos de regulamentação etc.;
9) Inclusão de uma tabela de níveis de controle de pragas alvo das tecnologias Bt de algodoeiro disponíveis no mercado (APPS/ABRASEM) visando orientar produtores para eventuais falhas das tecnologias disponíveis, evitando o agravamento do dano econômico;
10) Manutenção de áreas de refúgio estruturado com pelo menos 20% de plantas não-Bt;
11) É de fundamental importância a definição do tamanho da área de refúgio e da distância em relação ao algodão Bt de pelo menos a 800 metros;
12) Considerar futuras revisões neste documento, com especialistas da Academia para consolidação do documento e suas recomendações para regulamentação. 

Ao longo do workshop foram apresentadas diferentes pesquisas e formas de controle de pragas por renomados pesquisadores, como o professor Paulo Degrande (UFGD-MS), Celso Omoto (Esalq-SP), Silvana Moraes (Embrapa Cerrados), Eliseu Pereira (UFV-MG) e Luiz A. Pavan (Dow/Irac-BR, SP) e Walter Jorge. Além disso, representantes dos estados produtores deram depoimento sobre a situação em cada estado, relacionada, principalmente, à praga da Helicoverpa armigera. 

Confira a carta enviada à Câmara Setorial do Algodão CARTA – Câmara Setorial do Algodão – Refúgio na produção de Algodão .

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