Abapa participou de workshop da Abrapa e BCI

Publicado em: 6 de março de 2023

Entre os dias 28 de fevereiro e 02 de março, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) participou do workshop de Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIP), realizado em parceria pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e a Better Cotton Initiative (BCI). Esta última, a ONG internacional que é referência mundial em licenciamento de algodão sustentável, que está presente em 26 países, e, este ano, completa dez anos de benchmark com o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR). A programação do seminário foi dividida entre a sede da Abrapa, em Brasília, e um dia de visita técnica à fazenda Pamplona, do grupo SLC Agrícola, no município de Cristalina, em Goiás.

Para o vice-presidente da Abapa, Paulo Schmidt, que acompanhou o evento juntamente com a coordenadora de Sustentabilidade da associação, Yanna Costa, uma das grandes questões postas em discussão foi o uso de defensivos agrícolas dentro da matriz de MIP, nas propriedades como um fator de sustentabilidade. “É impossível querer soluções iguais para cenários diferentes. O Brasil é um país tropical, que sofre a pressão de patógenos e parasitas durante todo o ano. Além disso, temos aqui o bicudo-do-algodoeiro, uma praga exótica, sem inimigos naturais, que tem um potencial devastador para as lavouras. Ainda não há tecnologia que substitua os inseticidas químicos em seu combate”, argumentou Schmidt.

Ainda segundo o vice-presidente, a aplicação de defensivos químicos fica mais precisa a cada dia. “Esses insumos representam a maior parcela dos nossos custos de produção, e são usados quase de forma cirúrgica, porque cada gota conta. Ao contrário dos fertilizantes, que precisam ser compulsoriamente aplicados, para formar a lavoura, os defensivos são utilizados, em maior ou menor escala, de acordo com a necessidade”, afirmou.

Um estudo recente da Embrapa, mencionado pelo chefe-geral da Embrapa Algodão, Alderi Araújo, que contrapôs a tecnologia embarcada na cotonicultura brasileira atual com a dos anos de 1970, concluiu  que se o mesmo pacote tecnológico daquela época fosse aplicado hoje, seriam necessários 18,5 milhões de hectares para obter a mesma produção atual. “Isso corresponde ao território de Portugal e Hungria; nós chamamos esse estudo de tecnologia poupa-terra. Reduzir o volume implicaria em abrir muito mais áreas”, disse.

O CEO da BCI, Alan McClay, concordou que comparações internacionais são difíceis e arriscadas, porque nenhum país é igual. “A maneira como o produtor de algodão trabalha é diferente, até entre comunidades. Ainda mais, entre países. No entanto, o que eu vejo é que um grande progresso foi feito. Eu gostaria de dizer que a Abrapa tem muito a ver com isso, no recente ressurgimento da produção brasileira de algodão. Porque, se você olhar para 10 ou 20 anos atrás, o Brasil era completamente diferente na indústria de produção”, afirmou.

Para o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, encontros internacionais como o workshop da Abrapa e BCI são muito importantes para mostrar ao mundo o exemplo de sucesso da cotonicultura brasileira. “Esta é uma história que precisa ser contada”, finalizou.

 

 

06.03.2023

Imprensa Abapa

Catarina Guedes – Assessora de Imprensa

(71) 98881-8064

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