Salvador sediou o 13º Congresso do Algodão

Publicado em: 19 de agosto de 2022

A histórica e sempre charmosa Salvador, capital do estado que é o segundo maior produtor de algodão do Brasil, foi também a “capital da cotonicultura”, entre os dias 16 e 18 de agosto, já que a cidade sediou o Congresso Brasileiro do Algodão 2022, o 13º CBA, promovido pela Abrapa. Produtores, pesquisadores, profissionais do campo e indústrias se reuniram no maior encontro da cotonicultura brasileira. Foram dias de discussões sobre as principais demandas do setor, temas da atualidade no mercado da pluma, tendências, pesquisa, uso da tecnologia e da inovação para melhor gerir as fazendas.

Ao todo, 2.477 congressistas circularam e acompanharam os debates pelas 24 salas temáticas, cinco workshops e seis plenárias nas dependências do Centro de Convenções da capital baiana.  Pelo menos 115 palestrantes trouxeram suas experiências para uma plateia atenta às novidades e inovações. Mas o Congresso movimentou muito mais, toda uma cadeia de prestação de serviços, de 3,5 mil pessoas envolvidas para que tudo funcionasse. Ao todo, foram 51 patrocinadores e 176 trabalhos científicos inscritos.

A Abapa participou ativamente das deliberações do evento, e o presidente Luiz Carlos Bergamaschi apresentou-se em duas salas temáticas. Nos dois momentos, foram abordadas técnicas agronômicas sustentáveis, como a integração de cultivos, o plantio direto na palha e as plantas de cobertura, para conservação do solo e incremento da produtividade. “Com o passar do tempo, nós entendemos que fatores químicos, físicos e biológicos determinam a garantia da produtividade e a integração de sistemas agrícolas otimiza recursos. Integrar sistemas agrícolas ajuda a aumentar a produtividade, preserva o solo, otimiza recursos. Devemos usar a natureza ao nosso favor. Menos máquina, menos defensivo e menos problema nas lavouras”, afirmou Bergamaschi.

A sala temática, coordenada pelo engenheiro agrônomo e consultor Táimon Semler, contou ainda com a participação de Alexandre Cunha de Barcelos Ferreira, pesquisador da Embrapa com mestrado e doutorado em Fitotecnia.

Já no workshop, foi debatido o manejo do solo para aumentar produtividade de grãos e fibras, que, aliado à diversificação de culturas surge como alternativa de promoção da longevidade desse recurso e produtividade das lavouras. Este workshop teve participação do gerente sênior de Parcerias e Programas Grandes Produtores da Better Cotton (BCI), Álvaro Moreira. Ele defendeu que a cadeia produtiva do algodão precisa estar integrada não apenas quanto aos aspectos técnicos, mas também às tendências do consumo e das boas práticas de manejo.

O pesquisador da Embrapa Alexandre Ferreira e o presidente da Abapa falaram sobre o uso de plantas de cobertura como estratégia para implantação e manejo em sistemas de cultivo solteiro e em consórcio. “Ao longo dos anos de pesquisa, observamos que uma mudança na condição climática nos fez perceber a necessidade de mudanças no manejo, em função do surgimento de pragas, problemas nas cultivares, entre outros aspectos”, indicou Ferreira. Na Bahia, na década de 80, a produção de algodão era realizada de maneira convencional, mas, a distribuição de chuvas no Cerrado era ruim e afetava a produtividade. “Nessas condições, a partir 1993, o próprio sistema nos obrigou a mudar a forma de manejar, ou seja, a natureza mostrou o caminho da diversificação de cultivo, preparando o solo e desenvolvendo soja e milho”, observou Bergamaschi.

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