Sustentabilidade
A Bahia é o segundo maior produtor nacional de algodão, e não chegou a este posto por acaso. Para que a cotonicultura prosperasse, numa região sem tradição na produção da fibra, foi necessário o investimento em tecnologia e a adoção de práticas agrícolas sustentáveis, numa estratégia que combina os pilares da sustentabilidade, ambiental, social e econômico. Seja individualmente, na fazenda, ou coletivamente, através da Abapa, o cotonicultor baiano abraçou a sustentabilidade.
O programa ABR
As boas práticas agronômicas e a tecnologia, que já resultavam em sustentabilidade, desde o início da produção de algodão no cerrado da Bahia, ganharam um importante catalisador, a partir de 2009, com a implementação, do Programa Socioambiental da Produção de Algodão (Psoal). Em 2012, o IAS e o Psoal unificaram os protocolos, dando origem ao programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), um dos mais completos em matéria de sustentabilidade de algodão em todo o mundo.
Em 2013 – há, portanto, dez anos, o programa ABR ganhou um parceiro internacional que é a referência global em licenciamento de fibra sustentável, a Better Cotton Initiative (BCI). O ABR e a BCI começaram a trabalhar em operação referenciada, um benchmarking, e o resultado foi a elevação do Brasil ao posto de origem com maior participação no montante de algodão licenciado pela BCI, dentre seus 22 países de atuação.
A complexidade e seriedade do programa é tal, que um produtor que tenha se habilitado a conseguir a certificação ABR, terá como certo o licenciamento da BCI, se assim for a sua vontade. Isso se explica pelo fato de que o ABR é respaldado nas legislações Ambiental e Trabalhistas do Brasil, de onde derivam os 183 itens constantes no seu checklist. A BCI, por sua vez, requer 51 itens, já englobados nas exigências nacionais. Ambos os programas têm Critérios Mínimos de Produção obrigatórios, que eliminam, de saída, quem não os cumpra.
O programa ABR é gerido, nacionalmente, pela Abrapa, em benchmark com a Better Cotton (BCI), e é executado em campo pelas associações estaduais. Neste ciclo, participam do programa, além da Abapa, Ampa (MT), Ampasul (MS), Agopa (GO), Amipa (MG), Appa (SP), Apipa (PI) e Amapa (MA).
O programa ABR está fundamentado nos Três Pilares da sustentabilidade (ambiental, social e econômico) e em oito critérios:
- 1 – Contrato de trabalho
- 2 – Proibição do trabalho infantil
- 3 – Proibição do trabalho análogo a escravo, indigno ou degradante
- 4 – Liberdade de associação sindical
- 5 – Proibição de discriminação de pessoas
- 6 – Segurança, saúde e meio ambiente do trabalho rural
- 7 – Desempenho ambiental
- 8 – Boas práticas agrícolas e industriais
VDP e VCP
Estes critérios abarcam itens que perpassam áreas como ambiental, trabalhista, fundiária, sanitária e agronômica. O cumprimento e desempenho nestes itens é verificado e certificado por auditorias de terceira parte.
São 201 itens de Verificação Diagnóstico da Propriedade (VDP) e dos 183 itens de Verificação para Certificação da Propriedade (VCP), além dos Critérios Mínimos de Produção (CMP), de conformidade obrigatória.
Exceto nos CMP, que desabilitam, automaticamente, a fazenda à certificação, todos os demais critérios exigem um mínimo de 85% de cumprimento. Assim, o bom desempenho num critério não neutraliza o mau desempenho em outro.
O Programa ABR requer o incremento progressivo das boas práticas na propriedade. Na primeira safra, a conformidade mínima será de 85%. Na segunda, de 87%, na terceira, de 89% e, a partir da quarta safra, a conformidade mínima deverá ser de 90%.
ABR-UBA: certificando o primeiro elo industrial da cadeia produtiva
Em 2020, a Abrapa desenvolveu um protocolo de certificação que ampliou a atuação do ABR, com a certificação voltada às algodoeiras, ou Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA). Trata-se do ABR-UBA, que certifica a sustentabilidade neste que é o primeiro elo industrial da cadeia produtiva do algodão. A primeira certificação oficial pelo novo braço do programa ABR, na Bahia, foi realizada em 2021, com 17 UBAs aprovadas. Já na safra 2021/2022, esse número cresceu para 19 unidades certificadas. O aumento reflete o interesse dos proprietários em tornar ou manter um ambiente de trabalho seguro e adequado para seus colaboradores.
Evolução Programa ABR – Bahia
ABR-UBA
Abapa abre adesão para produtores ainda não inscritos no programa
Adesão
A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) está com período de adesão aberto para produtores ainda não inscritos no programa de certificação Algodão Brasileiro Responsável (ABR). A adesão ao programa, que hoje é reconhecido internacionalmente, ao atuar em benchmarking com a entidade Better Cotton Initiative (BCI), garante um selo depois da checagem nas rotinas operacionais, administrativas e financeiras de 220 itens que seguem parâmetros internacionais. Serão avaliadas desde normas de saúde e segurança dos trabalhadores até a infraestrutura e projetos de integração com a comunidade para possibilitar as oportunidades de melhorias nos empreendimentos rurais.
Na safra 2019/2020, foi registrado um recorde na certificação de algodão sustentável na Bahia, alcançando 78,2% da área plantada, em uma área total de 245.219 mil hectares certificados. O programa ABR/BCI juntamente com a entidade suíça Better Cotton Initiative (BCI), certificaram 80 unidades produtivas, um total de 487 mil toneladas de pluma sustentáveis destinadas ao mercado. Desde quando foi iniciado o programa ABR na Bahia, em 2011, a área classificada como sustentável saiu de 21,1% para 86,1% na safra 2022/2023.
Os interessados em aderir pela primeira vez ao programa ABR, podem se inscrever por meio do link: https://forms.gle/a4U8m4Xyquax76ou6
ou entrar em contato pelos telefones (77) 9.9941.1788 | 9.9952.7795 | 9.9937.2590
Certificação ABR
Certificação ABR-UBA
• Regulamento do programa ABR-UBA | safra 2022/2023.
• Termo de adesão ao programa ABR-UBA | safra 2022/2023.
• Guia Técnico de Conformidade. Algodão Brasileiro Responsável Unidade de Beneficiamento de Algodão.
• Lista de Verificação Certificação da Unidade de Beneficiamento de Algodão – Categoria 02 – 1°ano.
Programa ABR/BCI – Safra 2022/2023
Na safra 2022/2023, foram certificadas 79 propriedades, que abrangem uma área total de 269.067 mil hectares de produção de algodão, representando 86,1 % do total plantado no estado e 88% da área plantada no Oeste baiano. Foram certificadas 25 algodoeiras pelo programa ABR-UBA, o que corresponde a 50% das unidades de beneficiamento de algodão ativa da Bahia.
ABR-UBA
Programa ABR/BCI – Safra 2021/2022
Na safra 2021/2022, a Abapa manteve os trabalhos para finalizar as auditorias nas propriedades rurais e das indústrias algodoeiras, visando a certificação do programa ABR / ABR-UBA que atesta a sustentabilidade do algodão da Bahia. Na safra 2021/2022, foram certificadas 80 propriedades, que abrangem uma área total de 269.727 mil hectares de produção de algodão, representando 87,3% do total plantado no Estado. Ademais, 19 algodoeiras foram certificadas pelo programa ABR-UBA, o que corresponde a 38% das unidades de beneficiamento de algodão ativa da Bahia.
Programa ABR/BCI – Safra 2020/2021
Na safra 2020/2021, a Abapa manteve os trabalhos para finalizar as auditorias nas propriedades rurais visando a certificação do programa ABR que atesta a sustentabilidade do algodão da Bahia. Nesta safra, o programa ABR-UBA’S foi aplicado para a certificação das indústrias algodoeiras. Na safra 2020/2021, foram certificadas 74 propriedades, que abrangem uma área total de 215.250 mil hectares de produção de algodão, representando 80,7% do total plantado no Estado. Como também, 17 algodoeiras foram certificadas pelo programa ABR-UBA, o que corresponde a 34% das unidades de beneficiamento de algodão ativa da Bahia.
Programa ABR/BCI – Safra 2019/2020
Na safra 2019/20, a Abapa manteve os trabalhos para finalizar as auditorias nas propriedades rurais visando a certificação do programa ABR que atesta a sustentabilidade do algodão da Bahia. Na safra 2019/2020, foram certificadas 81 propriedades, que abrangem uma área total de 245.219 mil hectares de produção de algodão, representando 78,20% do total plantado no Estado. Em 2020, o programa ABR começa a ser aplicado para a certificação das indústrias algodoeiras. Desde quando foi iniciado o programa ABR na Bahia, em 2011, a área classificada como sustentável saiu de 21,1% para 78,2% desta safra 2019/2020.
Programa ABR/BCI – Safra 2018/2019
Programa ABR/BCI – Safra 2017/2018
Programa ABR/BCI – Bahia – Safra 2017/2018
Na safra 2017/2018, foi certificado 75,7% da área de algodão, um total de 191.586 mil hectares, abrangendo 53 propriedades de agricultores que comprovaram excelência em parâmetros mundiais de boas práticas sociais e ambientais. Para a certificação da safra 2017/2018, foram realizadas 65 visitas a unidades produtivas para realização de auditoria interna. Essa etapa é feita pela equipe técnica da Abapa que checou um total de 225 itens ligados ao respeito à legislação e critério sustentável na produção agrícola.